Gordura saturada: significados e "carga" cultural da obesidade mórbida para homens nordestinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Braide, Andrea Stopiglia Guedes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/88029
Resumo: O presente trabalho, intitulado Gordura Saturada: Significados e "Carga" Cultural da Obesidade Mórbida para Homens Nordestinos, é um estudo antropológico que desvela a experiência vivida por homens obesos mórbidos em Fortaleza-CE, capital no Nordeste brasileiro. Durante seis meses, em 2009, foram conduzidas entrevistas etnográficas, narrativas da enfermidade e observação-participante com homens submetidos à cirurgia bariátrica em hospital público. Seis "casos ricos em informações" foram analisados pela Interpretação Semântica Contextualizada. Desvelamos que a gordura é "saturada" com significações de sofrimento, vergonha, injustiça social, baixa autoestima, preconceito, discriminação e ansiedade. O sentido da "carga" desses homens exageradamente gordos é construído no mundo moral local, onde o machismo, virilidade sexual, corpos "sarados" e medidas padronizadas são exigidas, mas o poder, privilégio e ascensão social são, paradoxalmente, associados à gordura abdominal em excesso, ao "Rei na Barriga". Após a cirurgia, os significados ficam guardados na memória corporal, estigmatizando-os. Revela, porém, a possibilidade de flexibilização de atitudes preconceituosas e re-enquadramento social do ex-gordo. Tratamento exige ir além da diminuição do Índice da Massa Corporal ou perímetro abdominal. É preciso remover o sofrimento saturado na gordura e redefinir padrões corporais rígidos e pré-estabelecidos pela sociedade e cultura local.