Resumo: |
Introdução. Frente aos avanços da tecnologia, dos recursos humanos especializados, da luta para vida de pacientes criticamente enfermos, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pode originar uma população denominada de ¿doente crítico crônico¿. Estes possuem como característica principal a dependência de Ventilação Mecânica Prolongada (VMP) e pode apresentar também outras características adicionais. A incidência de VMP na UTI encontra-se abaixo de 11%, fato que representa minoria, porém estes são responsáveis por uma quantidade desproporcional de utilização de recursos, com necessidade de cuidados frequentes e desfechos desfavoráveis. Objetivo. Analisar o desfecho do paciente de Ventilação Mecânica Prolongada após alta da UTI. Método. Estudo transversal retrospectivo, documental, descritivo e exploratório realizado no Hospital Geral Waldemar Alcântara (HGWA). As informações do paciente foram originárias dos prontuários da UTI adulto dando segmento com as da Unidade de Cuidados Especiais (UCE). Foram avaliados 142 prontuários do período de 2012 a 2014, sendo a coleta de dados realizada de junho a setembro de 2015. Os dados foram transcritos para um instrumento de coleta e analisados com auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 19.0 para Windows. Para análise de inferência foram considerados significativos os valores de p<0,05. Resultados. Observou-se um maior quantitativo percentual: faixa etária até 59 anos (28,9%), de homens (58,5%) e de procedência externa (82,4%). Com relação ao diagnóstico, à admissão PAC Associada a Insuficiência Respiratória teve maior número percentual de registros (54,9%) entre as comorbidades registradas: hipertensão (54,2%), cardiopatia (34,5%), diabetes (32,4%) e sequelas neurológicas (19,7%). Dos hábitos deletérios, tabagismo (53,7%) foi predominante. A principal causa que levou a intervenção da ventilação mecânica foi IRpA (90,1%). 15,5% destes pacientes já haviam sido submetidos a algum tipo de cirurgia prévia, a laparotomia (40,9%) foi a mais prevalente, 25,4% dos pacientes passaram por novas cirurgias e novamente a laparotomia (55,6%) foi predominante. Dentre as complicações na UTI adulto, prevaleceram: SEPSE (64,1%), Insuficiência Renal Aguda Dialítica (53,5%) e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (35,2%), apenas 14,1% dos pacientes que estavam submetidos à Ventilação Mecânica Prolongada (VMP) conseguiram obter êxito na sua retirada e na UTI adulto tiveram como desfecho o óbito (35,2%) e alta (64,1%). Na UCE, quase um terço (30,2%) apresentou nova SEPSE, apenas 39,4% tiveram sucesso na retirada da ventilação mecânica neste setor, 29,3% sofreram decanulação e tiveram como desfecho o óbito (61,5%), transferência para outro hospital (1,1%), alta para o Programa de Atendimento Domiciliar (16,5%) e alta domiciliar (20,9%). Nas inferências estatísticas, das diversas características que foram listadas do diagnóstico à admissão, comorbidades e complicações na UTI, somente: Infarto Agudo do Miocárdio, Rebaixamento sensório, Hepatopatia, Insuficiência Renal Aguda não dialítica, Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica e Parada Cardiorrespiratória tiveram associações estatísticas (p<0,05), cirurgia prévia (laparotomia) antes e após a internação na UTI, obteve-se significância no desfecho (óbito ou alta) desses prontuários da UTI adulto. Apenas Insuficiência Renal Aguda dialítica e Instabilidade Hemodinâmica tiveram significância estatística com o desfecho referente a óbito na UCE e não houve com as comorbidades e no final o tempo de ventilação mecânica teve relação com significância estatística (p<0,05) com o desfecho do paciente na UCE. Conclusão.Os pacientes em VMP integram um grupo com mortalidade e permanência elevada. Um pequeno percentual dessa população conseguiu obter êxito na retirada da VM, bem como alta domiciliar ou acompanhada pelo Programa de atendimento Domiciliar. |
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