Performance das Principais Definições de Caso de Síndrome Gripal no Diagnóstico Clínico de Covid-19 ou Influenza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alcântara, Glaura Fernandes Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/586090
Resumo: A recente pandemia causada pela COVID-19 se tornou a doença respiratória de maior relevância no mundo. Desde o início de 2022 tem sido observada uma redução significativa da sua frequência e morbimortalidade, com concomitante retorno da circulação de outros vírus respiratórios. O diagnóstico precoce se mostrou fundamental para a adoção oportuna de medidas preventivas e assistenciais, incluindo terapia específica. Porém, a importante superposição clínica entre as doenças que se manifestam como síndrome gripal representa grande desafio para o diagnóstico clínico acurado na atenção primária de saúde. O objetivo do estudo foi determinar a performance dos diferentes critérios de definição de caso de síndrome gripal na identificação de casos confirmados de COVID-19 e influenza em indivíduos atendidos na Atenção Primária em Saúde, por um, estudo transversal, realizado em Fortaleza, entre mar/2021 e nov/2022, envolvendo indivíduos com idade mínima de 18 anos, com suspeita clínica de COVID-19 e até 7 dias de sintomas. Foi realizada entrevista e coleta de amostras respiratórias para RT-qPCR (SARS-CoV-2, Influenza A e B e vírus sincicial respiratório). O diagnóstico clínico foi estimado a partir da frequência de manifestações clínicas, usando os critérios de definição da Organização Mundial de Saúde para COVID-19 (C19-OMS) e influenza (Flu-OMS); do Ministério da Saúde do Brasil para COVID-19 (C19-Br) e influenza (Flu-Br), além do critério para SG da Escola de Saúde Pública do Ceará (SG-ESP/CE). Foram avaliados 153 casos, com idade mediana 43 anos (IQR, 33 - 57) anos, com predomínio feminino (61%). Os sintomas/sinais mais frequentes foram: tosse (74,5%), cefaleia (72,5%), coriza (72,5%), dor de garganta (71,9%) e febre (71,2%). Houve definição do diagnóstico em 60 (39,2%) casos, sendo confirmada COVID-19 em 45 (29,4%), vírus sincicial respiratório em 9 (5,9%) e influenza A em 6 (3,3%). Síndrome gripal específica (SGE) foi caracterizada pela identificação de COVID-19 ou influenza. Quando avaliada a performance global no diagnóstico de COVID-19 observamos os seguintes resultados: FLUOMS (DOR 1,05; IC 95% 0,45-2,44), FLU-Br (DOR 2,12; IC 95% 1,00-4,48), C19-OMS (DOR 0,26; IC 95% 0,04-1,63), C19-Br (DOR 0,39; IC 95% 0,09-1,65) e SG-ESP/CE (DOR 1,91; IC 95% 0,60-6,04). A performance observada no diagnóstico de influenza foi a seguinte: FLUOMS (DOR 8,52; IC 95% 1,45-50,02), FLU-Br (DOR 4,80; IC 95% 0,54-42,60), C19-OMS (DOR 0,33; IC 95% 0,01-7,61), C19-Br (DOR 0,60; IC 95% 0,02-12,52) e SG-ESP/CE (DOR 2,72; IC 95% 0,14-50,63). A seguinte performance foi observada no diagnóstico de SGE: FLU-OMS (DOR 1,18; IC 95% 0,54-2,59), FLU-Br (DOR 1,93; IC 95% 0,98-3,82), C19-OMS (DOR 0,41; IC 95% 0,06-2,57), C19-Br (DOR 0,62; IC 95% 0,15-2,61) e SG-ESP/CE (DOR 1,34; IC 95% 0,50-3,54). Os critérios de diagnóstico de influenza, especialmente o critério da OMS, apresentaram elevada performance no diagnóstico específico (influenza, COVID-19, VSR) e intermediária no diagnóstico sindrômico. Os critérios voltados ao diagnóstico de COVID-19 (OMS e Brasil) apresentaram performance bastante limitada, tanto no diagnóstico específico (COVID-19), quanto no diagnóstico sindrômico. O critério de diagnóstico sindrômico da ESP/CE demonstrou performance intermediária, tanto nos diagnósticos específicos, quanto no sindrômico. Nosso estudo demonstrou a limitação dos critérios de definição de caso no diagnóstico clínico da síndrome gripal. O novo contexto epidemiológico deverá exigir a revisão e integração dos diferentes critérios de definição de caso, possivelmente desenvolvidos para o diagnóstico sindrômico. A disponibilidade de testes diagnósticos rápidos deverá ser cada vez mais importante para o controle das doenças respiratórias agudas no futuro próximo. Palavras-chave: COVID-19; influenza; Síndrome gripal.