A função da droga na potencialidade melancólica: contribuições da metapsicologia de Piera Aulagnier

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Tatiana Tostes Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105346
Resumo: A presente tese tem como objetivo analisar, à luz da teoria psicanalítica, com destaque para a metapsicologia de Piera Aulganier, a relação existente entre a potencialidade melancólica e a dependência de drogas. A clínica psicanalítica comparece como geradora de interrogações, tendo sido um caso clínico a base para problematizar a clínica da dependência de drogas, sendo que, no decorrer dos atendimentos, revelou-se como um caso onde um sujeito potencialmente melancólico estabeleceu uma relação de dependência com um objeto de características libidinais bem específicas, sobre o qual eu destaco sua capacidade de provocar sensações no corpo, oferecendo-se como um objeto capaz de gerar prazer e desprazer ao mesmo tempo. A partir daí, tracei paralelos teóricos entre a dependência de droga e a melancolia, assim como a diferença entre a melancolia, propriamente dita, e a potencialidade melancólica, para dar conta das aproximações clínicas entre essas formas de padecimento do sujeito. O atendimento ao caso suscitou a hipótese de que, para sujeitos potencialmente melancólicos, a droga pode servir como um anteparo psíquico para que a melancolia não ecloda. Tal hipótese me conduziu a situar a problemática das drogas no campo da dependência de drogas e não na toxicomania, por entender que o aspecto de submissão à droga refere-se a uma condição libidinal bem precoce na constituição subjetiva. Para dar conta da hipótese, recorri às metapsicologias de Freud e Aulagnier e às contribuições de Violante para a distinção entre potencialidade melancólica e melancolia. Pude concluir também que o imperativo da abstinência não é capaz de alcançar todos aqueles que dependem da droga, pois trata-se de uma relação singular e só compreendida a partir do lugar que ela ocupa na economia libidinal do sujeito. Essa tese pode ainda lançar desdobramentos teóricos a partir da clínica, do caso a caso, aos que se aventuram no estudo da problemática das drogas, para pensar intervenções não reducionistas no tratamento destinado aos que sofrem. Palavras-Chave: Psicanálise, Dependência de drogas, Aulagnier, Clínica, Melancolia.