Melancolia: da identificação narcísica à pura cultura da pulsão de morte
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/VCSA-6X3REP |
Resumo: | Esta pesquisa visa elucidar o lugar que a melancolia ocupa na clínica psicanalítica, do ponto de vista estrutural. Ganha seu assento definitivo a partir de questões provenientes da dificuldade em estabelecer o diagnóstico diferencial intrapsicoses, pois às vezes, a melancolia se apresenta sem os fenômenos típicos da psicose, entre eles o delírio. No entanto, sem alguns casos sobressai o fenômeno de auto-acusação e das passagens ao ato suicída, onde se observa uma preponderância da pulsão de morte, sem nenhuma mediação fálica. Seguindo essa indicação é que se justifica investigar quais são os principais fenômenos específicos da melancolia, bem como a maneira pela qual esses fenômenos se manifestam nessa categoria clínica. Na pesquisa empreendida pela psiquiatria clássica, se destaca o fenômeno de auto-acusação, o delírio de negação, a dor moral e o delírio de indignidade como próprios da melancolia. A partir daí, podemos ver o quanto Freud buscou, na psiquiatria clássica, as principais idéias que sustentarão sua investigação acerca da melancolia, sobretudo em seus primeiros rascunhos. A investigação freudiana a respeito do desenvolvimento da teoria da libido, da concepção sobre o narcisismo e sobre a identificação, abre caminho para os pressupostos essenciais que sustentam seu célebre texto "Luto e melancolia". Neste, pode-se depurar três tipos clínicos: o luto normal, o luto patológico e a melancolia. É, pois, o mundo como o sujeito responde à perda de objeto que o direciona para uma dessas saídas. Ao considerar a identificação ao objeto perdido como específica melancolia, Freud avança sem sua investigação e chega, em 1924, a formular sua hipótese de que a melancolia é uma psiconeurose narcisista. Ressalta-se a concepção da identificação narcísica do melancólico ao objeto perdido como sendo o elemento-chave para elucidar essa questão. Assim ao estabelecer a distinção entre o luto e a melancolia, bem como entre a melancolia e a paranóia, avança-se na investigação acerca dos principais fatores que sustentam a concepção lacaniana da melancolia pertencer à estrutura da psicose, por se tratar, nesse caso, de uma identificação do tipo narcisista onde o melancólico está totalmente refernciado ao objeto a. Por fim, a partir dos fenômenos destacados como sendo próprios da melancolia, pode-se delimitar a posição particular do sujeito melancólico diante do Outro, bem como os efeitos mortíferos da identificação narcísica para o melancólico. |