Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Silvia de Melo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/127578
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Resumo: |
Introdução: A construção da identidade profissional do médico é fortemente influenciada por um processo de socialização, composto de complexas interações sociais que fazem com que o estudante progressivamente sinta-se um médico. Constata-se uma lacuna no conhecimento científico que aborde o entendimento de estudantes de Medicina sobre a sua autoimagem ideal como médico. Objetivo: Avaliar a percepção de acadêmicos de medicina brasileiros e portugueses sobre sua autoimagem ideal como futuro profissional médico. Métodos: Realizou-se estudo exploratório, com abordagem qualitativa. Os participantes do estudo foram selecionados dentro do universo dos alunos da graduação em medicina da Universidade de Fortaleza e da Universidade do Porto. Foi considerado critério de inclusão estar regularmente matriculado no curso, aceitar participar da pesquisa e ser recém-ingresso ou estar concluindo o sexto ano em ambas as universidades. Foi considerado critério de exclusão para o grupo de ingressantes ter idade superior a 19 anos e, para o grupo de estudantes do último ano, ter idade superior a 25 anos. Não houve definição prévia do número de participantes, sendo utilizada a saturação das respostas para a compreensão do fenômeno em estudo. A coleta das informações ocorreu por meio das técnicas de entrevistas semiestruturadas e desenvolvimento de desenho. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo na modalidade temática, e a interpretação dos achados respaldou-se na Dramaturgia de Goffman e na literatura científica sobre educação médica. Resultados: Os adolescentes ingressantes em Medicina no Brasil e em Portugal apresentaram similaridade na motivação para a escolha profissional. Prevaleceram as motivações intrínsecas, e a disposição para ajudar os outros foi a razão mais frequente para escolher Medicina nos dois países. Cerca de oitenta por cento dos estudantes portugueses do último ano e a totalidade dos brasileiros trouxeram em seus relatos as relações com pacientes, familiares e membros da equipe para o centro da descrição do cenário onde desejam exercer a profissão. Cuidado, empatia, habilidade de comunicação, respeito, responsabilidade, compaixão, relação médico-paciente, relação interpessoal e trabalho em equipe emergiram como elementos importantes para a atuação profissional nos dois países. A influência da Universidade na formação da autoimagem ideal do ¿médico que eu quero ser¿ esteve presente nas falas da maioria dos concludentes no Brasil e em Portugal e pode ser representada por três aspectos: unidades curriculares, atividades práticas e a influência das pessoas. Todos os entrevistados do último ano apontaram alguma mudança ao longo do curso na percepção do ¿ser médico¿ que traziam consigo ao ingressarem. No Brasil, foi mais frequente a mudança na imagem idealizada do médico e da medicina, enquanto que em Portugal foi mais presente a mudança no contexto de atuação pretendido. A influência dos modelos esteve presente nas narrativas de participantes portugueses e brasileiros, e em ambos os países foram citados muitos exemplos a seguir e alguns a evitar. Constatou-se a importância do papel da modelagem na evolução do entendimento dos concludentes sobre o significado de ¿ser médico¿. As interações com os modelos foram essenciais, principalmente nos anos de prática clínica. A identidade profissional foi construída sob a influência de profissionais que provavelmente não têm consciência nem foram preparados para esse papel. Considerações finais: Ressalta-se a necessidade de identificação e desenvolvimento de referências positivas que favoreçam a modelagem nos cenários de prática clínica. Além disso, explicitar no currículo formal a influência do currículo oculto e oportunizar espaços de reflexão das vivências das práticas clínicas em pequenos grupos de estudantes com um mentor são estratégias para a construção consciente da identidade profissional do futuro médico. Palavras-chave: Escolha Profissional; Medicina; Profissionalismo; Identidade; Educação Médica. |