Que médico eu quero ser?: sobre a trajetória de jovens estudantes na construção da identidade médica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Guimarães, Regina Guedes Moreira
Orientador(a): Rego, Sérgio Tavares de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4402
Resumo: Esta tese esta incluída no conjunto de estudos sobre a formação médica no Brasil. Considera-se a abordagem psicodinâmica da identidade e identidade profissional, enfocando o jovem estudante de medicina ao vivenciar o processo de construção da identidade médica durante a graduação na escola médica. Para analisar e interpretar as experiências vividas pelos estudantes acerca desse processo, empregou-se a metodologia qualitativa, elegendo o método hermenêutico-dialético e a técnica de entrevista temática. Foram entrevistados 12 jovens do curso de medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, com idade entre 19 e 25 anos, cursando o primeiro período, o quarto período e o internato. Utilizou-se como referencial a articulação da Psicanálise com a Biologia do Conhecimento, aplicada à Pedagogia Crítica, à Socialização Profissional e à análise das narrativas, construindo-se um instrumental teórico que venha a auxiliar estudantes e professores de cursos de graduação em medicina no pensar a natureza éticopolítico-pedagógica de suas ações e a relevar a emoção que as motiva. Enquanto mecanismo básico da identidade, a identificação de valores, de comportamentos, de atitudes e de idéias, mediados na relação com professores, alunos, profissionais e pacientes, foram sistematizados, de modo a apoiar a reflexão e a crítica que aí são necessárias. Considerouse que as atividades de ensino, de pesquisa e de extensão devem estar indissociáveis e expressas em um currículo dinâmico e flexível, integrando também as atividades do movimento estudantil, todas elas fundamentais para a formação crítica e reflexiva, pautada em princípios éticos, com senso de responsabilidade social. Os estudantes desejam viver no currículo espaços “livres” de discussão para que os diálogos entre eles e os professores aconteçam abertamente, contribuindo para o bem-estar pressuposto no campo profissional escolhido, a saúde. A identidade médica construída durante a graduação manifesta o resultado das experiências que os estudantes tiveram em suas vidas, as escolhas que fizeram a partir das identificações a que foram expostos e o grau de consciência sobre elas. Por sua vez, sendo a identidade um princípio, a qualidade das interações e relações que são estabelecidas no currículo da escola médica, enquanto comunidade humana, mostra que tipo de humanidade seus indivíduos (estudantes, professores e profissionais) legitimam no próprio sistema que criam: se pautadas na cooperação, no amor, na ternura ou na rejeição, na competição, na arrogância e no cinismo.