O papel da política nacional de resíduos sólidos na logística reversa da indústria farmacêutica brasileira: medicamentos de uso domiciliar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Luna, Roger Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/103217
Resumo: Os produtos farmacêuticos têm sido amplamente utilizados na medicina humana, veterinária, como cosméticos e produtos de higiene pessoal, sendo caracterizados como substâncias de caráter poluidor. Atualmente existe a preocupação relacionada ao descarte de medicamentos de uso domiciliar. A falta de uma legislação específica, ou mais clara, proporciona uma lacuna no processo de logística reversa das indústrias farmacêuticas no Brasil. A resolução para o problema envolve a proposição de medidas conjuntas, com a participação dos consumidores, fabricantes e distribuidores de medicamentos, o que vem sendo chamada de responsabilidade compartilhada, a partir da criação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Esta pesquisa tem o objetivo geral de avaliar a logística reversa de medicamentos de uso domiciliar no Brasil à luz da PNRS, constituindo um estudo qualitativo de caráter descritivo, que envolveu a realização de entrevistas em profundidade com os gestores das empresas fabricantes de medicamentos, redes de farmácias e o Órgão Regulador do setor, além de análise documental das leis em vigor sobre o tema. Como resultados, identificou-se uma extensa cadeia de suprimento, a qual é responsável por todo o fluxo de informação e distribuição dos medicamentos. Identificou-se, também, que a indústria farmacêutica possui apenas um fluxo reverso de materiais avariados ou vencidos que se encontram em seus canais de distribuição, mas não possui processos consolidados para o retorno de resíduos de medicamentos ou medicamentos vencidos que estão em posse dos consumidores finais. Pode-se identificar nas empresas entrevistadas importantes direcionadores da logística reversa, cobrindo diversas dimensões, como por exemplo, a mercadológica, operacional, financeira e legal. Observou-se que a indústria farmacêutica ainda não está adequadamente preparada para atender ao que está estabelecido na PNRS, embora já exista uma articulação com seu sindicato de classe para que isto ocorra, porém a falta de acordos setoriais e o cumprimento da responsabilidade compartilhada impactam o resultado esperado. Na visão das redes de farmácias, a PNRS ainda não está sendo cumprida pelo setor, apesar de haver programas de coleta de resíduos de medicamentos ou medicamentos vencidos em algumas redes de farmácias. Outro achado de pesquisa relevante é o fator custo operacional, o qual foi indicado por todos os elos da cadeia como um ponto impactante para a implementação da PNRS e que dificilmente poderá ser absorvido pela cadeia de suprimentos da indústria farmacêutica.