A escola às avessas: sujeito e instituição escolar no contexto da violência do bullying

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Ribeiro, Marco Aurelio de Patricio
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Violência - Aspectos psicológicos; Bullying; Instituição educacional; Psicanálise
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105378

A tese trata do tema violência, no contexto das instituições escolares, em especial da violência do bullying, em tempos de laços sociais fragilizados diante de uma lei repleta de imperfeições e em tempos de anomia. Tem como objetivo geral investigar a manifestação do bullying nas escolas e a relação que estabelece com o discurso capitalista pós-moderno, a cultura escolar e a subjetividade dos sujeitos provocadores. Os objetivos específicos são: analisar com profundidade o fenômeno do bullying entre alunos nas escolas; investigar a relação entre as características da sociedade contemporânea e a fragilização na capacidade de subjetivação dos sujeitos; identificar como as mudanças nos laços sociais na sociedade contemporânea intensificam a passagem da ordem à violência; verificar como os aspectos estruturais dos discursos utilizados nas instituições escolares reverberam as práticas de violência da sociedade na escola; inferir os aspectos subjetivos à prática do bullying entre crianças e adolescentes na escola. O estudo é conduzido à luz da Psicanálise, nos aspectos ligados à violência, ao laço social, a referência à lei e a consciência moral, com ênfase em Freud e referências a Lacan, dialogando com a Filosofia, a Sociologia e a Pedagogia. Utiliza a análise documental, como técnica de investigação. O trabalho em campo foi realizado em escolas públicas e privadas na cidade de Fortaleza. Trabalhamos com quatro categorias construídas a partir do material analisado onde os seguintes temas se destacaram: a) laço social (vínculos e identificações com um grupo, narcisismo, sentimentos, e lei fragilizada); b) violência sistêmica (banalização, conflito de grupos, contexto social, incentivo social, violência simbólica, e direito à vingança); c) fragilidade da lei (impunidade, ilegalidade, procrastinação, e anomia); d) consciência moral (ausência de culpa, desconsideração da lei, fragilidade em subjetivar, agir sem pensar, preconceito e narcisismo, e angústia). As análises conclusivas apontaram que a violência nas escolas, embora negada pelas instituições escolares, ocorre, em grande parte, pelo incentivo à competição, além da ressonância ao discurso social dominante presente na cultura escolar da atualidade, consequência da cultura mercantil hegemônica na contemporaneidade. A relação dos discentes com a lei sugere uma anomia a qual tem tomado aspectos diversos, que vão do desconhecimento ao desprezo com a lei, focando a priorização de atender a desejos particulares dos sujeitos. Há incidência de uma subversão do laço, num contexto em que as escolhas subjetivas apresentem-se empobrecidas e os imperativos de gozo sobressaem-se, consequentemente a passagem ao ato se faz presente chegando a ser considerada como forma de reconhecimento social, negando o sonho e virando um pesadelo da escola. Palavras-chave: Violência; Bullying; Laços Sociais; Fragilidade da lei; Instituição escolar; Psicanálise.