Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Débora Passos de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/95481
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Resumo: |
Por que um estudo acerca da memória em Freud? Esta questão faz com que nossa investigação dirija-se continuamente a uma outra indagação: em que medida, a memória freudiana se ajusta de forma distinta daquilo que se compreende comumente como um mecanismo de rememoração? A noção de memória é tomada como objeto de estudo ao longo de toda uma tradição filosófica, sendo atualmente tema de investigação de vários saberes. Os estudos acerca desta noção fundamentam a forma como atualmente a apreendemos. Se a memória no senso comum é representada como uma capacidade rememorativa, onde a vida pessoal é o principal ponto de convergência na organização de um arquivo mnêmico, esta figuração não deixa de estar intimamente relacionada às investigações filosóficas concernentes a esta noção. Da tradição filosófica ao pensamento comum, a memória diz respeito à permanência de uma realidade, desse modo, trazemos à lembrança o que uma vez foi inscrito e que pôde ser conservado. Da mesma forma, o conceito de memória na obra freudiana não deixa de referir-se às construções filosóficas que sustentam a ideia de memória. Para Platão, a memória é pensada a partir de dois tempos, o da inscrição do traço (mnèma) e o de sua reminiscência (anamnèsis), a relação que o traço (mnèma) mantém com a percepção é, desde então, problematizada. O filósofo grego, com o intuito de preservar uma memória inteligível, distancia-a de sua conexão com a realidade sensível. Em Freud, ao contrário, a memória dirige-se, fundamentalmente, à percepção. Consequentemente, não há em Freud, assim como há em Platão, uma memória que transcende a dimensão mundana. Contudo, a memória freudiana tampouco pode ser pensada como um depósito de experiências outrora vivenciadas, existe, deste modo, em Freud, um deslocamento do traço mnêmico no que se refere à realidade material. Este distanciamento é devido ao caráter de atualidade da memória freudiana. Logo, se, por um lado, em Platão a memória inteligível é uma evasão do tempo mundano, por outro, em Freud, trata-se de uma causalidade retroativa que, no trabalho de construção, rearranja a dimensão temporal sem contudo se esquivar da relação com a percepção. Palavras-chave: Psicanálise, filosofia platônica, memória, traço mnêmico, construção. |