Perspectivas dos agentes comunitários de saúde sobre o processo de formação para atuar com idosos

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Castro, Fernanda Regina Vasconcelos Fernandes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Saúde do idoso; Agentes de saúde; Saúde da família
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/128020

Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são profissionais essenciais que atuam junto aos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo considerados importantes elos das equipes de saúde com a comunidade. A atuação dos ACS na saúde do idoso é cada vez mais ampliada, diante do envelhecimento da população. Isto requer um processo formativo que os possibilite agir de forma resolutiva e facilite o seu trabalho junto ao idoso, seus familiares e cuidadores. O objetivo deste estudo consistiu em analisar, sob a perspectiva dos Agentes Comunitários de Saúde do município de Itaitinga, Ceará, o processo de formação para atuar na atenção à saúde do idoso. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal, com complementação qualitativa, cuja coleta de dados transcorreu de agosto a dezembro de 2020. A amostra foi constituída de 61 ACS atuantes nas dez equipes da ESF do município sob investigação. Aplicou-se um questionário estruturado abordando aspectos relacionados à caracterização sócio demográfica, profissional e avaliação do processo de formação para atuar na saúde do idoso. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. A média de idade dos participantes é de 44 anos; 90,2% são do sexo feminino e 49,2% possuem o ensino médio completo. Quanto ao vínculo empregatício, 57,4% são concursados municipais e 34,4% atuam de 1 a 9 anos na atenção básica. No tocante ao processo de formação, 86,9% conhecem e já realizaram o curso técnico para ACS, tendo 77% concluído a etapa formativa III; 50,8% sentem-se ¿parcialmente¿ capacitados para desempenhar atividades junto ao idoso; e 37,7% avaliam como ¿bom¿ o seu conhecimento sobre a saúde da pessoa idosa. Dentre os ACS, 39,3% relataram que a maior dificuldade enfrentada nas visitas domiciliares aos idosos é na comunicação e no fornecimento de informações sobre estratégias de cuidado, devido à ausência de cuidador. Como medidas para melhorar a atuação do ACS na atenção à saúde do idoso, 63,9% apontaram a necessidade de ¿formação para atuar na saúde do idoso¿. Quanto a participação dos ACS em capacitações formais ou informais voltadas à saúde do idoso, 50,8% informaram a não participação em cursos fornecidos pela atenção básica e 78,7% sentem necessidade de participar de alguma capacitação sobre o assunto. As principais sugestões de temas para a capacitação foram: saúde da pessoa idosa (44,2%) e apoio psicológico ao idoso (11,5%). Diante das percepções dos ACS sobre as estratégias para facilitar a formação na atenção à saúde do idoso, 70,5% consideram satisfatória a sua atuação na ESF; 34,4% não conhecem as Diretrizes para Capacitação do ACS em Linhas de Cuidado Voltadas à Saúde da Pessoa Idosa; 83,6% revelaram carência na formação profissional; 88,5% nunca realizaram curso na modalidade Ensino à Distância (EaD) sobre o assunto; e 88,5% gostariam de participar de um processo de educação permanente. Diante do exposto, observase a necessidade de formação mais abrangente e continuada dos ACS para facilitar a atuação desses profissionais junto ao idoso e ao contexto em que está inserido, o que integra a própria pessoa idosa, além da sua família, cuidadores e comunidade. Assim, são requeridas e devem ser contempladas pelas políticas públicas e gestão do município sob investigação propostas que possibilitem a esses profissionais atualizações constantes sobre ações de promoção da saúde e cuidado ao idoso, de forma alinhada às diretrizes determinas pelo SUS. Palavras-chave: Agentes Comunitários de Saúde. Saúde do Idoso. Educação Continuada. Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde.