Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silva, Vanina Tereza Barbosa Lopes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/116165
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Resumo: |
O câncer constitui enfermidade que carrega em si estigmas, rótulos e preconceitos. Seu diagnóstico leva a uma mudança significativa na vida das pessoas e seu enfrentamento pode estar relacionado com as questões de gênero. Neste sentido, a pesquisa objetivou compreender o significado atribuído de homens- companheiros que passaram e estão passando pela experiência do câncer de mama feminino, denotando a tessitura desse evento experenciado no cotidiano; Identificar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelo homem durante o processo do câncer de mama de sua companheira; Descrever o cotidiano de nordestinos cujas companheiras têm diagnóstico de câncer de mama; Reconhecer os múltiplos contornos da experiência vivida de homens, relativamente ao fenômeno câncer de mama feminino de sua companheira ou ex-companheira. E, por fim, compreender o comportamento aceitável e/ou evitativo do homem nordestino, relacionado ao processo da enfermidade, a partir da lente da fenomenologia de Merleau-Ponty. O referencial teórico para compreensão deste fenômeno foi baseado na Fenomenologia Ambígua, de Merleau-Ponty, e na compreensão do gênero, masculinidades, de Romeu Gomes, Lyra e Medrado, Scott, Connel, e a inserção dessas temáticas na saúde coletiva. Como percurso metodológico, adotou-se a pesquisa fenomenológica, com análise dos dados na Fenomenologia da Ambigüidade. A pesquisa foi realizada com dez participantes, nos Municípios de Fortaleza e Baturité, no Ceará. Os lócus de pesquisa foram a Policlínica de Baturité, e os grupos de apoio ao câncer de mama em Fortaleza. A imersão no campo aconteceu abril de 2016 estendendo-se ao final de 2017. Foram aplicados a entrevista fenomenológica e grupo focal. Dos dados analisados, emergiram duas categorias ¿ a) gênero, adoecimento e as relações cotidianas e as dificuldades do adoecimento e b) os múltiplos contornos do adoecimento do outro. Nessa experiência, são vivenciados aspectos negativos e positivos, como sofrimento psíquico, dificuldades financeiras, não saber manejar a enfermidade do familiar, reconhecimento social do papel de cuidador, a aquisição de novas responsabilidades e o amadurecimento de membros da família; a enfermidade enseja aproximações e distanciamentos; dificuldades quanto à sexualidade, imagem corporal e o cuidado, assim como a reaproximação do casal em decorrência da enfermidade, o enfrentamento da doença, de maneira positiva, dentre outros contornos. Esses aspectos direcionam para uma concepção de entrelaçamento dos vários fatores que envolvem a experiência do câncer de mama quando eles são expostos. Em face do desvelado, demanda-se ¿finalizar¿ este estudo com a intenção de ampliar a perspectiva para o homem-companheiro, não se fixando nos preconceitos e estereótipos ¿culpabilizadores¿ e ¿vitimizadores¿ que circundam a temática, mas procurando situar nos múltiplos contornos entrelaçados que permeiam o fenômeno do câncer de mama feminino. Os homens ¿ companheiros sinalizaram para construção de espaços de escuta, acolhimento e criação de grupos de apoio misto (mulheres-homens) e somente com homens. Apontando a necessidade da ampliação e aprofundamento de pesquisas, pensando o homem em sua integralidade e não de maneira dicotômica ou alicerçada na visão arraigada da masculinidade. Proporcionando, pois, o repensar das velhas/novas versões e sentidos postos sobre o tema. |