Oferta e produção das práticas integrativas e complementares no estado do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Holanda, Rose Lídice
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/123998
Resumo: A utilização das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no Brasil tem origens antigas, apontando o uso das plantas medicinais como tratamento de doenças, atuando como suporte de cuidados em saúde, utilizando-se de tradições e crenças locais, na perspectiva de apoio ao processo de humanização e integralidade no sistema de saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde utiliza a denominação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) ao referir-se às práticas da Medicina Tradicional Chinesa. Nas PICS estão inseridas uma gama de abordagens terapêuticas, com novos métodos de avaliar e tratar o indivíduo, ancorado em relações pessoais fundamentais, o que torna o tratamento mais simples, sem o uso excessivo de tecnologias e medicações, fornecendo a consciência de autocuidado e conferindo maior autonomia para o paciente. A pesquisa teve como objetivo avaliar a oferta e produção das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no Sistema Único de Saúde no Estado do Ceará. Tratou-se de um estudo ecológico com análise temporal, exploratório, tendo como unidade de análise o Estado do Ceará, no período de 2006 a 2018. A fonte dos dados foram o Sistema de Informação Ambulatorial (SIASUS), IBGE, e Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES). O Ceará, no período de 2008 a 2018 apresenta 293 estabelecimentos de saúde, cadastrados com oferta das PICS, por meio do SUS. Destes, cada estabelecimento pode oferecer mais de um tipo de serviço, seja ambulatorial ou hospitalar. Relacionado a oferta e produção das PICS, os resultados apontam a oferta superior à quantidade de estabelecimentos que registram produção. Os dados apontam para estabelecimentos que ofertam e não tem produção (69,3%), oferta e produz (24,3%), e ainda aqueles que não ofertam e produzem (6,4%). No período de 2008 a 2018 registrou 209.282 atendimentos relativos ao grupo das PICS. Destes, os maiores registros foram de Acupuntura (inserção de agulhas, ventosa/moxa e eletroestimulação), com 145.117 (69,3%), seguido da homeopatia com 31.885 (15,2%) dos atendimentos registrados. A auriculoterapia aponta registros de 15.220 (7,3%) atendimentos e as práticas corporais totalizam 12.285 (6,1%) atendimentos. Massoterapia, terapia comunitária, musicoterapia, biodança, yoga, reiki, meditação e Quiropraxia foram práticas com número mínimo de realização (<2%). Os resultados apontam os municípios de Juazeiro com Norte com 81.518 (39%) atendimentos, seguido do município de Fortaleza, com 77.437 (37%) do total de atendimentos realizados no período analisado. Tabuleiro do Norte, Brejo Santo, Ibiapina, Aquiraz produziram valores baixos (entre 2 e 4%). Os outros municípios apresentados no mapa, apresentaram um mínimo de realização de práticas (<2%). Pode-se concluir que existe uma baixa produção de PICS no estado do Ceará, considerando os dados apresentados na pesquisa, com desigualdades regionais de acesso aos serviços especializados. Deve-se considerar a baixa adesão por parte dos municípios, por não haver financiamento específico, pouca adesão à formação profissional, bem como subnotificação. Faz-se necessário uma capacitação relacionada ao registro no boletim de produção ambulatorial individual e na tabulação de dados, bem como estimular os profissionais de saúde na formação em práticas integrativas e complementares.