Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Arruda, Cristiani Nobre de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/110261
|
Resumo: |
Ao longo da história, a violência tem servido como principal arma de dominação e árbitro final de disputas e descontentamentos. Países e culturas que não conseguem reduzir a distância entre seus instintos tradicionais e a realidade moderna ameaça a destruição humana. A violência perpetrada por parceiros íntimos concentram-se principalmente nas mulheres. A lesão por queimaduras é um exemplo disso. Para esse estudo, consideramos a dimensão total desse fenômeno, bem como seus modos de produção e suas repercussões pessoais, sociais, culturais, jurídicas e no setor saúde. A pesquisa de campo acompanhou a rotina de uma mulher queimada em situação de violência, na cidade de Fortaleza, no período de abril de 2015 a março 2016. Após firmar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, acompanhamos pós alta hospitalar: nos curativos diários das lesões (CTQ/IJF), no IAQ, Fórum de Aquiraz, Fábrica de Castanha ¿ local de trabalho - e visitas domiciliares. Por meio das narrativas, consideramos primeiramente desvelar, posteriormente interpretar a complexidade e diversidade da experiência vivida por essa mulher queimada em situação de violência, aprofundando o conhecimento sobre seu ponto de vista normalmente retratado de modo estereotipado e superficial. Tomamos como referência o pressuposto da antropologia simbólico-interpretativa, que reavivou sob o nome de "descrição densa. O material coletado através da entrevista semiestruturada envolvendo uma narrativa foi registrado manualmente em diário de campo, a posição de observador como participante foi utilizada para enriquecermos os dados etnográficos. A legitimação das conversas, das entrevistas foi registrada em gravador de voz digital portátil e seu conteúdo transcrito pelas próprias pesquisadoras em programa informatizado de processamentos de textos. Desse modo, chegamos ao cerne mais profundo, à natureza das coisas, quer dizer, não ficar na superfície, nas aparências. Assim, trouxemos uma descrição densa manifestada pela mulher queimada e por seu atual parceiro na apreensão de seu vivido. Embora uma tarefa difícil, sob o pano de fundo dos conceitos e constructos do referencial teórico de leituras, com olhar e sensibilidade analisamos seu conteúdo. Utilizamos também como estratégia de análise a Interpretação Semântica Contextualizada, permitindo integrar elementos semiológicos, interpretativos e pragmáticos essenciais para uma abordagem cultural dessa violência. Diante desse fato, consideramos para a nossa interpretação temas emergidos e significativos relacionados aos eventos morais diante da violência: corpo/pele como epicentro moral; anomia; e sentidos e paradoxos de uma justiça. Desvelamos, aqui, os eventos morais, o significado que ela atribuiu ao ser ¿espancada e queimada¿. |