Formação sobre violência sexual contra a mulher na graduação de medicina, enfermagem, psicologia e serviço social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Aguiar, Francisca Alanny Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/123964
Resumo: A violência sexual contra a mulher requer um espaço de discussão em Instituições de Ensino Superior por ser considerada um problema de saúde pública mundial. Aponta-se a conveniência em ampliar o debate para a seara acadêmica, pois serão enfermeiros, médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes social que estarão ocupando cargos em serviços de saúde e ao deparar-se com casos de violência deverão sentir-se motivados a contribuir com a solução. Desta forma, a pesquisa objetiva analisar o ensino sobre violência sexual contra a mulher através de documentos norteadores da formação superior e, docentes, discentes e gestores dos cursos de Enfermagem, Psicologia, Medicina e Serviço Social, em duas Instituições de Ensino Superior, no estado do Ceará. Trata-se de uma investigação qualitativa, cujo universo corresponde às graduações (Medicina e Psicologia) da Universidade Federal do Ceará e (Enfermagem e serviço social) do Centro Universitário INTA, situadas no município de Sobral, Ceará. Participaram oito gestores, vinte docentes, dezenove discentes dos quatro cursos, totalizando quarenta e sete participantes, destes vinte e cinco do UNINTA e vinte e dois participantes da UFC. A coleta de dados foi desenvolvida em duas etapas: Fase exploratória e Realização de entrevista e pesquisa documental. A análise das informações buscou estabelecer uma compreensão do material empírico, apontando convergências e diferenciações na abordagem às violências sexuais contra a mulher nas formações por meio da análise temática. A tese está em conformidade com o previsto na Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados revelam que em nenhum dos documentos analisados há exaltação do termo violência sexual contra à mulher. Verifica-se que os projetos políticos pedagógicos dos cursos buscam contemplar em um contexto generalista o estudo teórico e prático de conteúdos que correspondem ao núcleo de formação de cada profissão e associam a estes, temas emergentes da sociedade. De forma específica, encontram-se nos projetos dos cursos uma valorização de direitos sociais e humanos, o que de certo contribui para uma maior aproximação destes profissionais com casos de violência sexual contra à mulher, principalmente nos cursos de psicologia e serviço social, os quais estabelecem em disciplinas obrigatórias o conteúdo de direitos humanos e sociais, além de contemplá-lo nas demais, de forma transversal. Quanto aos cursos de enfermagem e medicina, a leitura dos projetos político-pedagógicos permite uma abstração sobre a aproximação com a violência sexual em disciplinas que tratam da assistência básica à saúde e desenvolvimento pessoal, pois ao longo da leitura, o destaque é para uma formação preparada a enfrentar os principais desafios do Sistema Único de Saúde. Portanto, ressalta-se a evidência na análise documental da ausência da violência sexual contra a mulher enquanto conteúdo programático, formalmente incluído no plano de ensino das disciplinas. E, os docentes participantes desta tese referem que a abordagem da temática ocorre em várias disciplinas, sendo considerada um conteúdo transversal. Considerando os discursos, aponta-se que a violência sexual contra a mulher não ganha materialidade em uma disciplina específica, porém encontra algumas brechas ao longo das disciplinas curriculares, gerando discussões incipientes entre docentes e alunos.