Método não invasivo em obstetrícia (NIO): tecnologia para registro e avaliação da progressão do trabalho de parto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Avila, Semirames Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118239
Resumo: Elabora um método não invasivo em Obstetrícia (Método NIO), tecnologia para registro e avaliação da progressão do trabalho de parto (TP), partindo da necessidade de se humanizar a assistência ao parto, propondo opções ao exame vaginal (EV), utilizado abusivamente e considerado doloroso, caracterizado como violência obstétrica. Para compreender a prática obstétrica, descrevem-se os modelos obstétricos, classificando-os em tecnocrático, humanizado e holístico. Aborda-se a formação e atuação da enfermeira obstetra (EO), demonstrando os benefícios à mulher e ao recém-nascido na assistência ao parto de risco habitual por esse profissional. Discorre-se sobre o uso do partograma e das curvas de Friedman e Zhang na avaliação do TP e realização do EV como principal exame para essa finalidade. Realizando-se de uma revisão narrativa da literatura, efetiva-se um levantamento acerca de outros métodos para avaliar a progressão do TP, expressando uma série de modificações (emocionais, psicológicas e físicas) vivenciadas por mulheres. No Percurso Metodológico, define-se o tipo de estudo como pesquisa metodológica, partindo das seis etapas propostas por Coluci (2015) para a elaboração de instrumento de medida em saúde, seguindo-se um percurso adaptado dessa autora conforme às três primeiras para o desenvolvimento da tecnologia: estabelecimento da estrutura conceitual, definição dos objetivos do instrumento e definição da população envolvida; construção e organização das categorias, domínios e características; estruturação da tecnologia e da forma de avaliação. Exprime-se como resultado o Método NIO, tecnologia estruturada em linhas e colunas, que compõe três quadros multicores, a ser preenchida pelo profissional, fundamentada em princípios comportamentais e fisiológicos, composto por categorias, domínios e características. Categoria I - sinais comportamentais: comunicação, movimentos corporais, movimentos das mãos, postura e respiração; Categoria II ¿ sinais externos: descida da apresentação fetal, batimento cardíaco-fetal, incluindo o ponto de máxima intensidade, dinâmica uterina, secreção vaginal e linha púrpura; categoria III - Sinais internos: colo uterino, líquido amniótico, membranas ovulares, moldagem da cabeça fetal e descida da apresentação fetal, onde cada domínio é mostrado com suas características que modificam no decurso do TP, fornecendo uma visão gráfica da progressão do TP, utilizando, quando necessário, os parâmetros de Zhang para apoiar um julgamento clínico. A tecnologia é complementada com o manual de instruções. Para a implantação da tecnologia, é necessário que a EO assuma a assistência ao parto, utilizando instrumentos básicos da Enfermagem, além de estabelecer um cuidado que recobre habilidades perdidas desde que o parto passou a ser baseado no modelo tecnocrático, a fim de estabelecer uma Enfermagem Obstétrica autônoma. Acredita-se que a maioria das parturientes exibirá, em seus TP¿s, várias características descritas na tecnologia, apesar de se saber que cada uma apresentará particularidades, pois cada TP é único. Certamente, haverá resistência na incorporação do Método NIO à prática obstétrica, pois, nesse contexto, vigoram o controle rigoroso do tempo e um modo cartesiano de interpretar os eventos obstétricos. Indicam-se aqui passos iniciais para um aprofundamento nas discussões para a assistência ao parto, visando a melhores estratégias para uma prática condizente com o paradigma humanizado de assistência.