Possível interação do eixo “ECA2/ANG-(1-7)/Receptor mas” com receptores muscarínicos, B2 E AT2 na função erétil de ratos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Eduardo Damasceno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2152
Resumo: A disfunção erétil é um problema mundial que interfere com a saúde física e psicossocial, prejudicando de forma significativa a auto-estima, os relacionamentos e a qualidade de vida dos pacientes e, até mesmo, de seus familiares. Apesar dos avanços trazidos pelo desenvolvimento dos inibidores da fosfodiasterase tipo-5 (iPDE5), uma melhor compreensão dos mecanismos fisiológicos envolvidos na ereção peniana pode fornecer novas alternativas na terapêutica desta patologia. No presente estudo analisamos a hipótese de que angiotensina-(1-7) [Ang-(1-7)] potencializa a função erétil tanto em ratos anestesiados como em ratos conscientes. E ainda, que essa ação potencializadora parece envolver, além dos receptores Mas para a Ang-(1-7), outros receptores como o B2 para bradicinina, o AT2 para angiotensina, e os muscarínicos (M2 e/ou M3) para a acetilcolina, presentes nos corpos cavernosos. Para analisar tal hipótese estudamos o efeito da Ang-(1-7) sobre a resposta erétil de ratos Wistar machos de 270-300g utilizando duas metodologias distintas: a avaliação da função erétil em ratos conscientes (modelo de ereção induzida por apomorfina) e a avaliação do índice de ereção (representado pela razão PIC/PAM) em ratos anestesiados (modelo de ereção induzida por estimulação ganglionar). Nossos resultados demonstraram que a Ang-(1-7) aumenta o índice de ereção (razão PIC/PAM) induzido por estimulação do gânglio pélvico maior (GPM) confirmando achados anteriores do laboratório (Costa-Gonçalves e cols., 2007). Também demonstramos que esse peptídeo é capaz de promover ereção por si só além de aumentar o número de ereções induzidas por estimulação central (apomorfina) em ratos conscientes. Nós verificamos que o bloqueio de receptores muscarínicos pela atropina prejudica tanto o aumento na razão da PIC/PAM para estimulações ganglionares de alta frequência (12 Hz) em ratos anestesiados, como o número de ereções induzidas por apomorfina em ratos conscientes. A presença da atropina impede a facilitação mediada pela Ang-(1-7) da resposta erétil induzida por apomorfina em ratos conscientes, mas não interfere na resposta facilitadora da Ang-(1-7) sobre a ereção induzida por estimulação ganglionar em ratos anestesisados. Constatamos também que, em animais anestesiados, a resposta facilitadora da Ang-(1-7) é atenuada pela presença do bloqueador dos receptores AT2 (PD123319). Documentamos que a infusão intracavernosa de bradicinina diminui tanto o índice de ereção induzido por estimulação ganglionar numa situação controle, como a resposta facilitadora da Angiotensina-(1-7). Na presença de um antagonista específico dos receptores B2 para bradicinina (WIN64338) foi verificado que a resposta erétil induzida por estimulação ganglionar não foi significativamente afetada, ao passo que a facilitação dessa resposta pela Ang-(1-7) foi parcialmente atenuada. Os dados obtidos nesse estudo demonstram que o efeito facilitador da resposta erétil induzido pela Ang-(1-7) parece envolver direta ou indiretamente a ativação dos receptores B2 e AT2. Nossos dados também indicam uma contribuição relevante do sistema colinérgico na resposta erétil peniana, especialmente naquela originária de estímulos centrais. Além disso, os resultados aqui apresentados sugerem que a bradicinina apresenta um efeito constritor quando infundida diretamente no corpo cavernoso de animais anestesiados. Nossos resultados confirmam o importante papel fisiológico do eixo “ECA2/Ang-(1-7)/receptor Mas” no processso de ereção peniana de ratos conscientes e anestesiados. Esses achados indicam um potencial terapêutico para manobras capazes de aumentar a produção da Ang-(1-7) e/ou para substâncias capazes de ativar os receptores específicos para esse peptídeo no tratamento da disfunção erétil.