Estratigrafia e tectônica da borda oeste do Espinhaço Central no extremo norte da faixa Araçuaí.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Costa, Alice Fernanda de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3138
Resumo: Neste trabalho apresentam-se os aspectos gerais relacionados com a evolução tectono-estratigráfica do intervalo basal da bacia Espinhaço no domínio do Espinhaço central. O segmento estudado está localizado na ‘’zona triangular de Monte Azul’’ (ZTMA) a qual representa uma feição morfoestrutural definida pela falha de Santo Onofre, de direção N-S e pelos contatos aproximadamente lineares das rochas supracrustais com o embasamento. Esta pesquisa foi motivada pela carência de estudos detalhados sobre o acervo sedimentar e o estilo estrutural da área, o pouco conhecimento acerca dos eventos de formação da bacia e dos processos de inversão tectônica, bem como a ausência de datações para esse segmento. Essas questões foram abordadas a partir da distribuição espacial das fácies sedimentares e vulcânicas, da análise dos processos formadores, da utilização de análise estrutural convencional e também da obtenção de idades do embasamento e vulcanismo ocorrente na bacia. Com base na análise do arcabouço estratigráfico foram reconhecidas três unidades limitadas por discordância ou descontinuidade estratigráfica – os sintemas, denominados da base para o topo: Mato Verde, Vereda da Cruz e Montevidéu. O acervo estratigráfico do Sintema Mato Verde sugere o preenchimento vulcano-sedimentar de um rifte compartimentado em dois hemigrábens. A sua sucessão basal (Formação Panelas) compreende principalmente uma sedimentação siliciclástica por sistema de leques aluviais e, subordinadamente, fluvial e lacustre/marinho. Já a sucessão superior (Formação Riacho Seco) registra uma atividade vulcânica ácida com um expressivo vulcanismo explosivo associado (rochas piroclásticas), sendo datada em 1524 ± 6 Ma (U-Pb em zircões). O Sintema Vereda da Cruz é constituído apenas por depósitos de natureza eólica, interpretados aqui como o preenchimento de uma depressão termal pós-rifte. O Sintema Montevidéu representa o preenchimento de um novo rifte constituído por fácies aluviais, transicionais e marinhas. De acordo com a análise estrutural foi verificado que a área em foco corresponde a um segmento bacinal ensiálico invertido, onde o embasamento foi envolvido na deformação da cobertura. As relações entre geometria pré-inversão e de inversão da bacia são evidentes e explicam a configuração atual da ZTMA. O granito da Suíte Catolé que ocorre intrusivo no embasamento cristalino foi datado em 1792 ± 7 Ma (U-Pb em zircões), o que indica que a tectônica de inversão é posterior, relacionada com o evento tectono-metamórfico Brasiliano. Com base nesses resultados foi elaborado um modelo de evolução para a área e proposto a formalização das unidades mapeadas. Dessa forma, a compreensão da complexa interação da sedimentação, vulcanismo e tectônica foi essencial para a temporização e evolução de bacias proterozóicas.