As ações de liberdade de escravos na justiça de Mariana 1850-1888.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Dias, Silvania de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2586
Resumo: Durante séculos a demanda instaurada pelo projeto colonizador elevou as importações e consumiu trabalhadores em ritmo acelerado. Com o passar do tempo e, mesmo com as mudanças políticas observadas no Brasil após a Independência, o país permaneceu sendo um dos maiores consumidores de homens na produção de suas riquezas. Para os escravos africanos e especialmente para seus descendentes, a construção dos laços familiares, afetivos, de amizade, de confiança e solidariedade representou um poderoso mecanismo que auxiliava a sobrevivência no ambiente adverso da escravidão. Abandonar o mundo do cativeiro e ingressar no mundo dos livres era, certamente, uma possibilidade que todos sonhavam e a que dedicavam amplos esforços. Muitos cativos, mesmo após o longo caminho percorrido rumo à liberdade e mesmo após alcançar o direito de viver livremente na comunidade, ainda precisaram permanecer lutando para conquistar de modo efetivo sua condição de libertos. Sob a alegação de “injusto e ilegal cativeiro”, muitos homens, mulheres e crianças, representados por seus advogados e curadores, conduziram seus senhores, ou supostos senhores, aos tribunais, movidos pela esperança de conseguirem provar que eram forros e de poderem usufruir, enfim, dessa condição pela qual tanto sonharam, viveram e lutaram. Entender e demonstrar a relevância das relações sociais na vida dos cativos para se conquistar a alforria e principalmente para se abrir um processo judicial de liberdade contra seus senhores foi a principal proposta deste trabalho. Sem o apoio das pessoas pertencentes ao mundo dos livres, o alcance da justiça ficava inviabilizado para os escravos. Os contatos tecidos e consolidados ao longo dos anos de convivência na sociedade e a capacidade de usá-los em prol do objetivo de liberdade representaram a grande inquietude que nos estimulou a rastrear, através das ações de liberdade, o caminho percorrido pelos escravos na justiça de Mariana. Entender o fundamental papel exercido pelas relações na vida dos escravos, no momento de buscar o amparo da justiça, foi nosso grande desafio ao longo deste trabalho.