Efeito do tratamento lipossomal com antimoniato de meglumina em camundongos infectados com Leishmania (Leishmania) chagasi : análise das vias de administração e da resposta ao fármaco em modelo de desnutrição.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Marcon, Letícia de Nadai
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2132
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das seis doenças endêmicas de maior relevância no mundo. Um dos principais fatores de risco para o estabelecimento e o agravamento da LV é a desnutrição protéico calórica (DPC). O espectro de drogas disponíveis para o tratamento da LV é restrito e apresenta diversas limitações em termos de toxicidade, eficácia, preço e esquemas terapêuticos. Neste trabalho, o antimoniato de meglumina (AM), umas das principais drogas utilizadas para o tratamento da leishmaniose, foi submetida ao processo de encapsulação em lipossomas. Devido a sua tendência natural de serem capturados pelas células do sistema fagocitário mononuclear, os lipossomas direcionam o fármaco para os órgãos alvo da infecção: fígado, baço e medula óssea, melhorando o aproveitamento da droga encapsulada. Diante disso, este estudo objetivou a avaliação da eficácia do fármaco leishmanicida antimoniato de meglumina encapsulado em lipossomas administrado por duas vias, intraperitoneal e endovenosa, para o tratamento de camundongos BALB/c infectados com L. chagasi. Os efeitos histopatológicos da infecção e do tratamento também foram avaliados em face ao quadro de desnutrição por meio da administração de uma dieta hipoprotéica contendo 4,5% de caseína. Os resultados obtidos mostraram que o tratamento utilizando dose única do AM encapsulado em lipossomas administrado na segunda semana de infecção foi eficaz em reduzir significativamente a carga parasitária do fígado, eliminar os parasitos do baço, e auxiliar indiretamente na redução do número e da área dos granulomas hepáticos, bem como no reestabelecimento dos padrões de normalidade das fibras colágenas do tipo I e III do fígado dos camundongos após três semanas do tratamento. A administração intraperitoneal do fármaco apresentou melhor viabilidade e eficácia em relação à via endovenosa. Devido a DPC observou-se uma elevada carga parasitária do fígado e do baço nos animais desnutridos em relação aos controles, contudo o tratamento dos animais desnutridos com AM lipossomal foi capaz de reduzir a carga parasitária hepática e eliminar o parasito no baço com a mesma eficácia que a encontrada nos animais controle submetidos ao mesmo tratamento. A formação granulomatosa e a deposição das fibras colágenas também foram afetadas pelo processo de desnutrição, onde o número e área dos granulomas hepáticos e a densidade das fibras do tipo III e do tipo I encontraram-se reduzidos, além da presença de maiores proporções de fibras do tipo I nestes grupos. O tratamento dos animais desnutridos com AM encapsulado em lipossomas não alterou a formação dos granulomas e não foi capaz de auxiliar no reestabelecimento do padrão das fibras colágenas ao padrão observado nos animais desnutridos não infectados.