Miltefosina exerce sua ação leishmanicida através do receptor de PAF.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Castro, Waldionê de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2705
Resumo: A leishmaniose visceral, que pode ser causada pela Leishmania donovani, L. infantum e L. chagasi, é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos seis principais problemas de saúde pública mundial, sendo fatal se não for tratada. A miltefosina (hexadecilfosfocolina), que primeiramente foi utilizada como tratamento em pacientes com câncer, vem sendo utilizada como uma droga oral efetiva na leishmaniose visceral. Existe uma semelhança estrutural entre a miltefosina e o fator de ativação de plaquetas (PAF). O PAF age ligando-se ao receptor de PAF (PAFR) presente nas células alvo. O mecanismo pelo qual a droga atua ainda não está bem estabelecido, nossa hipótese é que devido à semelhança estrutural entre PAF e a droga, a miltefosina utilize o receptor de PAF para se ligar à célula. Para testar esta hipótese utilizamos camundongos selvagens e deficientes no PAFR (PAFR-KO). Inicialmente verificamos que macrófagos de camundongos selvagens e de PAFR-KO apresentaram perfil de infecção semelhante quando infectados com L. donovani. Em seguida iniciamos os experimentos com infecções in vitro que revelaram que macrófagos de camundongos selvagens tratados com miltefosina eram mais eficientes no controle do crescimento dos parasitos que macrófagos de camundongos PAFR-KO. Entretanto, o tratamento com miltefosina não provocou a produção de quantidades significativas de óxido nítrico (NO), o que pode indicar um mecanismo citotóxico independente de NO. Ao avaliar a ação da droga sobre a atividade da enzima arginase percebemos que somente com a droga não há alteração da atividade da enzima, mas em associação com IFN-γ e LPS ocorre diminuição de sua atividade. Verificamos que a infecção in vivo com L. donovani não apresentou diferenças na suscetibilidade entre camundongos selvagens e PAFR-KO. Em experimentos in vivo, tratamos camundongos selvagens e PAFR- KO oralmente a partir do 14º dia após a infecção com L. donovani, durante sete dias consecutivos, em doses de 10 e 20mg/kg/dia. Nossos dados mostram que o tratamento de camundongos selvagens levou a uma redução na carga parasitária no fígado e baço destes animais. Interessantemente, camundongos PAFR-KO apresentaram maior carga parasitária nestes órgãos. Nossos resultados indicam que parte da ação leishmanicida da miltefosina é mediada pelo PAFR.