O(s) Tempo(s) da Imagem : uma investigação sobre o estatuto temporal da imagem a partir da obra de Didi-Huberman.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Tavares, Marcela Botelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2418
Resumo: Este estudo apresenta um pensamento que considera as imagens produzidas no âmbito da arte, principalmente no contexto das artes visuais – pintura e escultura – a partir da compreensão do estatuto temporal que as constitui. Lemos em Walter Benjamin que “a imagem é um cristal de tempo, aonde o Outrora se encontra com o Agora em um relâmpago para formar uma constelação”, tal afirmação está na base da teoria estética formulada pelo filósofo francês Georges Didi-Huberman, sobre a qual nos debruçamos neste trabalho. O filósofo analisa as imagens artísticas – e a história que fazemos delas – a partir de um modelo temporal acronológico, não-sucessivo; uma temporalidade de “dupla-face”, anacrônica e “sintomática”. Tal temporalidade turbulenta origina imagens dialéticas – conceito formulado por Benjamin e atualizado por Didi-Huberman. As imagens dialéticas são as únicas “imagens autênticas”, que irrompem como redemoinhos no rio da história, fraturando o solo das doutrinas estéticas, e nos forçando a repensar o trabalho da História da Arte. Nestas imagens, passado e presente coexistem, o virtual e o atual se cristalizam em uma imagem-cristal, que devido a sua transparência permite ao visionário, ao vidente “ver o jorrar do tempo como desdobramento, como cisão”, nas palavras de Gilles Deleuze. Veremos, pois, como estas imagens “sobrevivem”, de acordo com o conceito de Nachleben proposto por Aby Warburg, já que nunca morrem completamente e estão sempre ressurgindo, quando menos se espera. Tais sobrevivências se encarnam em “fórmulas primitivas”, as chamadas Pathosformeln de Warburg, fórmulas emotivas que ressurgem na arte e em nós mesmos. Na obras destes filósofos e historiadores da arte encontramos as bases de um pensamento que compreende as imagens artísticas a partir de sua natureza temporal, imagens que se desenvolvem e se estendem para além de sua própria visibilidade. No final da dissertação, apresentamos um apêndice, onde buscaremos encontrar evidências dessa teoria nas imagens do pintor brasileiro Di Cavalcanti, artista ainda pouco visitado pela filosofia, que realizou um trabalho de suma importância ao re-significar gestos da iconografia clássica (Pathosformel) e re-valorizar símbolos e imagens presentes na iconografia brasileira. :