Impactos socioambientais de cheias e secas nas comunidades escolas de várzea de Santarém

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: PINHEIRO, Raimunda Lucineide Gonçalves lattes
Orientador(a): SANTOS, Manoel Roberval Pimentel dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
Departamento: Instituto de Biodiversidade e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1008
Resumo: A intensidade da dinâmica sazonal do rio, associada aos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas e a ação do homem no território, trazem à paisagem da várzea profunda inconstância e vulnerabilidade. O conhecimento sobre os impactos de tais eventos nas escolas e nas comunidades ribeirinhas ainda é insipiente e fragmentado. Esse vácuo epistemológico contribui para a geração de percepções equivocadas e distantes do entendimento do complexo mosaico – físico, geográfico, biológico, étnico e social – que forma o conjunto da várzea. Essa pesquisa foi realizada nas microrregiões Tapará, Urucurituba e Aritapera, na Ilha Grande Tapará, ao norte do município de Santarém. Teve por objetivo realizar um diagnóstico socioambiental das comunidades e identificar os impactos da sazonalidade e de eventos naturais e seus extremos nas comunidades e nas escolas de várzea, identificar as vulnerabilidades e potencialidades da várzea. O alcance dos objetivos deu-se por meio de uma abordagem quantitativa/qualitativa, multimétodo e interdisciplinar para a geração e análise de dados. Conclui-se que eventos e desastres naturais, como terras crescidas e terras caídas, águas sazonais e secas, trazem impactos de modo diferenciado às comunidades. As microrregiões sob maior pressão ambiental de terras caídas e terras crescidas e pressão de extremos hídricos sazonais são: Aritapera e Urucurituba. A microrregião do Tapará apresenta índices menores de exposição, porém está sujeita à imprevisibilidade destes fenômenos e à manifestação de subsidências, o que ocasionou a interdição e perda de três prédios escolares no intervalo de dez anos. Os impactos de grande e média proporção na estrutura física apresentaram como consequência perda de material didático e pedagógico (mapas, globos, livros); equipamentos (carteiras, quadros, utensílios de cozinha, alimentação escolar); desalojamento de alunos e professores. São múltiplos os fenômenos naturais e intervenções antrópicas que contribuem para que a várzea seja um ambiente composto por inúmeras vulnerabilidades capazes de afetar a vida escolar de crianças e adolescentes e interferir e limitar a prática pedagógica. As nuances das mudanças sazonais podem surpreender a cada ano e assim diminuir ou aumentar o grau de vulnerabilidade, sensibilidade e exposição das comunidades e escolas. Esses fenômenos geram consequências de diversas ordens: financeira, emocional, geográfica, ambiental, limitações e danos ao exercício da prática pedagógica nas escolas de várzea de Santarém. Estes eventos, potencializados pelas mudanças climáticas, apresentam-se como desafios.