Efeitos de extratos vegetais sobre atividades biológicas induzidas por peçonhas botrópicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: MOURA, Valéria Mourão de lattes
Orientador(a): MOURÃO, Rosa Helena Veras
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia
Departamento: Instituto de Engenharia e Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/215
Resumo: No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades medicinais, propagadas por usuários ou comerciantes. As pesquisas realizadas para avaliação do uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são incipientes. Neste contexto, esta dissertação teve como objetivo verificar as ações de plantas indicadas popularmente como antiofídicas pela população de Santarém-PA, frente à peçonha bruta de serpentes botrópicas como modelo experimental. A fim de conhecer as plantas usadas como antiofídicas pela população de Santarém, primeiramente foi realizado um estudo etnobotânico nas comunidades São Pedro, Cucurunã, Alter do Chão e mercado central de Santarém. Foram citadas 24 plantas de uso antiofídico distribuídas em 22 diferentes famílias, das quais 12 plantas (Bellucia dichotoma, Aniba fragrans, Annona montana, Connarus favosus, Justicia sp., Plathymenia reticulata, Philodendron megalophyllum, Cassia fístula, Libidibea ferrea, Crateva benthami, Kalanchoe brasiliensis e Dipterix odorata), foram mais citadas pelos entrevistados. As 12 plantas após identificação taxonômica tiveram o perfil fitoquímico traçado e foram testadas quanto ação antiofídica frente a hemorragia causada pela peçonha bruta de Bothropoides jararaca. Os extratos de B. dichotoma, C. favosus, P.reticulata e P. megalophylum apresentaram várias classes de metabólitos secundários, dentre eles a presença de cumarinas, flavonóides, ácidos graxos, antraquinonas e terpenos e foram capazes de inibir completamente a hemorragia causada pela peçonha bruta de B. jararaca. As cinco espécies (P. reticulata, C. favosus, A. fragrans, P. megalophyllum e B. dichotoma) também foram avaliadas frente as atividades hemorrágica, fosfolipásica, coagulante e edematogênica induzidas pela peçonha de Bothrops atrox. O extrato B. dichotoma inibiu 100% todas as atividades avaliadas. Desta forma, foi desenvolvido um método para isolamento dos principais constituintes químicos de B. dichotoma. No momento pode se propor que o extrato aquoso de B. dichotoma possui potentes propriedades neutralizadoras de peçonhas brutas de serpentes botrópicas. Porém, ainda não é possível inferir qual o constituinte ou sinergismos entre as classes presente neste extrato é responsável pela inibição observada.