Estrutura populacional e uso da semente de morototó em comunidades na Flona Tapajós

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GONÇALVES, Danielly Caroline Miléo lattes
Orientador(a): GAMA, João Ricardo Vasconcellos lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
Departamento: Instituto de Biodiversidades e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/77
Resumo: As comunidades da Floresta Nacional do Tapajós são formadas por pequenas unidades familiares, que coletam ou fazem o manejo de produtos florestais não madeireiros. Dentre os muitos produtos manejados estão as sementes do morototó - Schefflera morototoni usada na produção de biojóias nas comunidades de São Domingos, Maguari e Jamaraquá. Portanto, o objetivo dessa pesquisa é analisar o produto florestal não madeireiro utilizado nas comunidades da Floresta Nacional do Tapajós, descrevendo seu manejo e utilização como produto. Para estabelecer o tema da pesquisa, foi realizado uma entrevista com o representante da Cooperativa Mista da FLONA Tapajós (COOMFLONA) e posteriormente, realizado um Diagnóstico Rápido Rural (DRR) com os comunitários coletores e artesãos para saber quais os produtos florestais utilizados pelas comunidades. Foram entrevistadas 10 pessoas das três comunidades que utilizam os produtos florestais não madeireiros (PFNMs). A partir desse conhecimento dos produtos manejados, a semente de morototó foi apontada pela maioria dos entrevistados como o PFNM mais utilizados na produção de artesanatos e biojóias. Após a escolha do morototó, foi realizado um estudo de estrutura populacional e espacial das árvores de morototó em áreas de coleta de semente das três comunidades estudadas, e em uma área denominada de controle sem a coleta de sementes para comparar se há influência na ocorrência das árvores pelo manejo das sementes. Para a análise de distribuição espacial de S. morototoni, usou-se o índice de Morisita, em que foi constatado que as 200 árvores de morototó, distribuídas entre as quatro áreas de estudo são agregadas, sem diferenças entre às áreas, delimitando assim, os locais de coleta de frutos pelos comunitários, facilitando a obtenção de sementes. A partir do conhecimento ecológico da espécie na área de estudo, foi possível descrever o manejo tradicional da semente de morototó nessas comunidades, onde acompanhou-se os processos de coleta, beneficiamento e a produção das biojóias de morototó, empregando o método de observação direta e aplicação de questionários estruturados com os atores envolvidos nesses processos. Para a análise dos questionários foi aplicado a metodologia Value Links. Os dados obtidos da observação direta e dos questionários mostram que existe dois métodos de extração dos frutos: o desbaste e a coleta de galhos por escalagem. Além disso, o beneficiamento da semente é todo artesanal, sendo duas técnicas utilizadas: a fervura dos frutos ou a utilização do pilão para remover o resíduo da casca. A quantidade de sementes de morototó variam de preço entre as comunidades, sendo R$20,00/Kg-1 em Maguari e Jamaraquá e R$17,00/Kg-1 em São Domingos. A atribuição de valor dessas peças são a dificuldade de obter o insumo e seu beneficiamento, pelo tamanho da peça e na complexidade da produção dessa peça. As peças variam conforme a composição com valores de R$ 4,00 a R$ 30,00. Os principais problemas e dificuldades apontadas na análise foi referente a coleta de semente com desbaste da árvore e a falta de equipamento de segurança na coleta de escalagem e as principais potencialidades e oportunidades são por ser uma atividade sustentável gerando renda e divulgação das comunidades através de suas biojóias.