Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Antônio Samuel Garcia da
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Orientador(a): |
MOURÃO, Rosa Helena Veras
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Oeste do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biociências
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Departamento: |
Instituto de Biodiversidades e Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/413
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Resumo: |
Bothrops atrox (Viperidae) é uma serpentes peçonhenta predominantemente noturna, generalista na sua dieta e uso do habitat. Essa espécie é amplamente distribuída por toda a Amazônia, habitando diversos tipos de habitats como áreas de várzea, florestas primárias e secundárias, savanas, e áreas degradadas. Estudos têm mostrado variação na composição do veneno em espécimes de florestas inundadas de várzea, o que possivelmente é uma adaptação para tipos de presas nessas áreas. A disponibilidade e a composição de presas também são esperadas como causadoras de variações morfométricas, especialmente determinadas por caracteres que são medidos na cabeça. Desta forma, este estudo teve por objetivo analisar as características morfométricas da cabeça e glândulas de veneno de Bothrops atrox, entre espécimes de diferentes habitats da região Oeste do Pará. Foram utilizados para análises espécimes de área de várzea coletados na comunidade Igarapé do Costa, comunidade de Urucurituba e Santa Maria do Tapará em Santarém, Pará, além de espécimes de áreas não alagadiças provenientes da Floresta Nacional do Tapajós em Belterra (Florestal), área de Alter-do-Chão (Savana), Santarém e comunidade do Jatuarana (Degradada) em Oriximiná, Pará. Foram analisados 107 espécimes adultos de Bothrops atrox, sendo 54 machos e 53 fêmeas, compreendendo 53 espécimes de várzea e 54 de florestas não inundadas. A coleta de dados foi realizada por meio de fotos da região dorsal e lateral direito da cabeça de todos os espécimes, e analisadas a partir do software ImageJ 1.46. Além disso, as glândulas de veneno foram pesadas em balanças de precisão de maneira individual. As variáveis (exceto o peso da glândula) foram representadas pelos resíduos de modelos de regressão linear, usados para reduzir os efeitos do tamanho do corpo (comprimento rostro-cloacal) das serpentes. Uma análise não paramétrica de Kruskal-Wallis, complementada com o teste post hoc de Dunn foi usada com o objetivo de analisar as diferenças morfométricas apresentadas pelos espécimes de B. atrox entre os habitats, enquanto uma Análise de Componentes Principais (PCA) foi realizada para diminuir a dimensionalidade dos dados, produzindo um número menor de variáveis para representar as variações entre os grupos. As análises morfométricas na cabeça das B. atrox deste estudo apresentaram diferenças significativas em sete das 14 variáveis analisadas. Diferenças significativas na largura e área da cabeça e glândulas de veneno foram mostradas, assim como diferenças de peso das glândulas de veneno. Todas as variações foram entre espécimes de várzea e áreas não inundáveis. Esses achados estão possivelmente relacionados a diferentes tipos de presas disponíveis nesses habitats, apesar da escassez de estudos sobre dieta dessa espécie em áreas de várzea. Portanto, neste estudo as jararacas de várzea apresentaram menor tamanho cabeça, assim como glândulas de veneno menores e mais leves em relação aos espécimes dos outros hábitats amostrados (Florestal, Savana e Degradada), demostrando uma variação intraespecífica na morfologia da cabeça entre espécimes de B. atrox de diferentes hábitats da região Oeste do Pará. |