A prática com a cultura escrita na educação infantil: desafios e possibilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: POMPERMAIER, Odavilma Calado
Orientador(a): ALMEIDA, Sinara Almeida da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Instituto de Ciências da Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/360
Resumo: Considerando que a leitura-escrita deve fazer parte do cotidiano das crianças na educação infantil através de vivências com a cultura, garantindo seus direitos de cidadãs, a presente pesquisa tem como objetivo compreender como a leitura-escrita é trabalhada na creche e pré-escola de uma instituição pública da área urbana de Santarém-PA. Além disso, buscamos identificar e caracterizar as atividades de leitura-escrita realizadas nas turmas de creche e pré-escola; destacar semelhanças e diferenças no trabalho realizado na creche e na pré-escola; verificar de que forma estudos a partir da THC e, mais especificamente, das técnicas pedagógicas de Freinet, podem contribuir para a apropriação da escrita como instrumento social na educação infantil. O referencial teórico é inspirado na perspectiva Histórico-Cultural de desenvolvimento humano (THC), a partir dos estudos de Lev Vygotski. A investigação traz algumas características de uma pesquisa de intervenção e foi desenvolvida em duas turmas: creche (3 anos) e pré-escola (4 anos). Passou por três etapas: pesquisa exploratória, envolvendo acompanhamento dos pla-nos de atividades das professoras e observação participante nas duas turmas; intervenção, que teve como objetivo proporcionar às professoras formação com base na THC, de modo a qualificar suas práticas educativas; Acompanhamento das práticas docentes durante e após a formação. Para registro foram utilizados o diário de campo, fotografias e filmagens. Os resultados revelaram que a apresentação da leitura-escrita está vinculada a tarefas mecânicas e didatizadas, e permanecem presas a um planejamento desvinculado das reais necessidades e interesses das crianças. Apesar das turmas terem o mesmo tempo na rotina e a mesma estrutura de atividades nos planejamentos, elas se distinguem no “conteúdo” dessas atividades. Notadamente a pré-escola ainda está focada na apresentação de letras e números fora de um contexto significativo para as crianças. As atividades de leitura-escrita apresentada por ambas as turmas, apesar de serem interessantes do ponto de vista da inserção das crianças no mundo da escrita, ainda estão presas a um planejamento pré-estabelecido, desvinculado das necessidades, curiosidades e anseios das crianças. As formações possibilitaram com que os professores tivessem acesso aos conhecimentos teóricos para aprimoramento das suas práticas, instigando estudos permanentes. Contudo, embora as professoras tenham desejo em aprender, ainda pautam suas práticas em experiências docentes anteriores, expressando conhecimentos teóricos superficiais, o que certamente tem dificultado com que reflitam de forma significativa sobre elas para que mudanças efetivas possam ocorrer. Assim, percebemos a necessidade de transformações nas ações docentes de modo a avançar no entendimento das formas de trabalhar a leitura-escrita com as crianças na educação infantil.