Exposição ao mercúrio em crianças com transtorno do espectro do autismo no município de Santarém, Pará.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: BATISTA, Maiara Silvana Salgado lattes
Orientador(a): FIGUEIRA, Bruno Apolo Miranda lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida
Departamento: Centro de Formação Interdisciplinar
País: BRASIL
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/684
Resumo: Esse estudo teve como objetivo investigar a relação entre a exposição ao Hg e o Transtorno do Espectro do Autismo no município de Santarém, Pará. Participaram do estudo 23 mães e 25 crianças com diagnóstico clínico de TEA assistidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE e Casa azul. A análise do Hg total foi realizada através do sangue dessas crianças bem como das mães, para se investigar as possíveis fontes de exposição e acúmulo do Hg, além de outros tópicos relacionados ao período pré, peri e pós-natal capazes de interferir no diagnóstico do TEA foi aplicada uma entrevista semiestruturada as mães. Para a avaliação do perfil e grau de autismo (leve ou moderado e severo) foi aplicada a Escala de Avaliação do Autismo - Childhood Autism Rating Scale (CARS). Na análise descritiva, observou-se que 95% das crianças eram do gênero masculino, 56% delas encaixaram-se na faixa de “não-autista” segundo a classificação da CARS, 68% apresentaram baixo consumo de peixe e 52% foram classificadas como expostas, ou seja, com níveis de Hg acima de 10 µg/L. Na análise inferencial, primeiramente verificou-se a normalidade através do teste Shapiro-Wilk. Para análise de distribuição de frequências e associação foram utilizados os testes de Qui-quadrado de aderência e contingência (linhas x colunas), onde se observou diferença estatisticamente significativa entre a classificação entre mães expostas e não expostas (p=0,0371), gênero das crianças (p< 0,0001) e a classificação em relação ao grau do TEA (p=0,0424). Para comparação entre as medianas, foi utilizado o teste Mann-Whitney. Para avaliar a relação das variáveis idades e frequência do consumo de peixe com os níveis de Hg foi aplicado o teste de Correlação de Spearman. Em ambos os testes, utilizou-se nível de significância de 5%. Os testes foram realizados no programa BioEstat. Observou-se que não houve associação e nem correlação positiva entre as variáveis: idade, gênero, frequência de consumo de peixe e uso de medicamentos das crianças com o nível de Hg no sangue, mostrando que mesmo com a baixa frequência do consumo de peixe as crianças apresentavam níveis de Hg elevados e que esses níveis elevados não exercem uma correlação linear e positiva com o grau do TEA. Assim, conclui-se que há necessidade de mais estudos envolvendo essa temática a fim de esclarecer melhor a relação entre o Hg e o TEA, principalmente o que diz respeito à ação nos sistemas nervoso e imunológico da criança e a sua relação os mecanismos genéticos.