Composição química e atividade biológica de extratos de plantas de Dipteryx punctata (S.F. Blake) Amshoff oriundas de Mojuí dos Campos, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: https://orcid.org/0000-0002-9891-3689 lattes
Outros Autores: SOUSA, Bruna Cristine Martins de
Orientador(a): VIEIRA, Thiago Almeida lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
Departamento: Instituto de Biodiversidade e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/744
Resumo: O gênero Dipteryx abriga espécies conhecidas como cumaruzeiros, pertencentes à família Fabaceae e originárias de países da América Central e América do Sul. Dentre as espécies desse gênero, Dipteryx odorata destaca-se historicamente na Amazônia, pelo fornecimento e comercialização de múltiplos produtos como a madeira e as sementes, utilizadas para extração da cumarina, principal composto ativo. A espécie Dipteryx punctata também possui ampla distribuição na Região Norte do Brasil, no entanto, carece de estudos que detalhem sua composição fitoquímica e atividades biológicas. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar o perfil químico e as atividades antioxidante e antifúngica de extratos etanólicos de D. punctata. Foi realizada uma revisão sistemática sobre o gênero Dipteryx utilizando como bases de dados a SciELO e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Para as avaliações química e biológica, o material vegetal foi coletado em cinco áreas produtoras de sementes de cumaru, em Mojuí dos Campos, Pará. Os extratos foram obtidos via Soxhlet, tendo como solvente etanol a 92,8% destilado, com duração total de oito horas, calculando-se o rendimento ao final. As análises químicas dos extratos foram realizadas por Cromatografia em Camada Delgada (CCD), Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM), e determinação de fenólicos e flavonoides. A atividade antioxidante foi realizada pela captura de radicais livres DPPH. A atividade antifúngica dos extratos foi avaliada em condições in vitro e in vivo. No ensaio in vitro, os extratos e o padrão de cumarina foram testados nas concentrações: 10%, 20%, 30%, 40% e 50% (p: v), adicionadas em meio batata-dextrose-ágar (BDA), sobre o fungo Colletotrichum musae, agente causal da doença antracnose em banana. O controle consistiu no crescimento do fungo apenas em meio BDA. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial, com quatro repetições. As avaliações foram realizadas medindo-se o diâmetro médio das colônias, diariamente, durante oito dias. Com os dados das colônias, foram determinados o percentual de inibição do crescimento (PIC), índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM) e a taxa de crescimento (Tx). No ensaio in vivo, os extratos e a cumarina foram testados nas concentrações de 40% e 50%, em aplicações preventiva e curativa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial, com três repetições. As avaliações foram realizadas medindo-se o diâmetro médio das lesões em intervalos de dois dias, até oito dias após a inoculação. Os dados obtidos nos ensaios antifúngicos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste Tukey (p≤0,05), utilizando o software estatístico SISVAR 5.6. Estudos sobre o gênero Dipteryx encontram-se mais restritos às espécies Dipteryx alata e Dipteryx odorata. Os maiores rendimentos dos extratos foram obtidos para os resíduos e sementes dos frutos. Os extratos das folhas, galhos, resíduos e sementes apresentaram as classes de terpenos, taninos condensados e hidrolisáveis, flavonoides e cumarina, bem como potencial ação antioxidante. Os extratos dos galhos e resíduos dos frutos de D. punctata e o padrão de cumarina, ocasionaram as maiores inibições no crescimento do fitopatógeno in vitro e in vivo, todos os extratos foram eficazes, com destaque para a cumarina e para as aplicações preventivas das concentrações testadas. Os resultados obtidos para os extratos são promissores e fontes de investigação para desenvolvimento futuro de produtos naturais visando o controle da antracnose de maneira mais sustentável.