Ecotoxicologia do mercúrio total em poríferos do Hidrossistema Fluvial Baixo Tapajós, Santarém - Pará, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: EUFRÁZIO, Francisco Lutiano Paiva lattes
Orientador(a): PELEJA, José Reinado Pacheco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos
Departamento: INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/664
Resumo: Registrou-se pela primeira vez as concentrações de mercúrio total (HgT) em poríferos de água doce no Brasil. Foram analisadas as concentrações de HgT em poríferos do hidrossistema baixo Tapajós, a partir da foz, no sentido à montante, num trecho de 65 quilômetros, na margem direita do rio, relacionando-as com fatores espaciais, ambientais e limnológicos. As coletas ocorreram em 12 regiões fluviais e sete regiões lacustres no rio Tapajós, no município de Santarém-Pará, entre o período das águas altas e o início da vazante do ano de 2017. Este trabalho ampliou o número de espécies de poríferos dulcícolas para o rio Tapajós, de 16 para 20, com o incremento de quatro novos registros: Drulia ctenosclera, Saturnospongilla carvalhoi, Tubella lanzamirandai e Metania reticulata. A concentração média de HgT nos poríferos no trecho estudado do rio Tapajós foi de 40,8±3,9 ng.g.-1 , sendo mais elevada nos indivíduos de ambiente lacustre (40,6±23,4 ng.g.-1 ) do que naqueles de ambiente fluvial (28,1±29,2 ng.g.-1). Independente do ambiente, as concentrações médias de HgT foram mais expressivas na região do Carapanarí (89,9±29,8 ng.g.-1 ). Ao se analisar a massa corporal, o Tecido Reprodutivo apresentou as maiores concentrações de HgT (56,4±11,1 ng.g.-1 ). Em Drulia uruguayensis, as concentrações de HgT no Tecido Vegetativo Interno foram diretamente proporcionais à distribuição vertical na coluna d’água, ou seja, o aumento da profundidade de colonização da espécie na coluna d´água explicou 43% da fonte de variação de HgT entre os exemplares (r= 0,4271, p= 0,0038), ao passo que, Drulia brownii apresentou correlação negativa com o pH (r= - 0,55, p= 0,042), a Sílica (r= -0,58, p= 0,028) e o Potássio (r= -0,76, p= 0,001), no Tecido Reprodutivo, e com o Sódio (r= -0,55, p= 0,033) no Tecido Vegetativo Interno. D. uruguayensis e D. brownii foram as espécies com maior ocorrência (52,8%), sendo amostradas na maioria das regiões e ambientes. As variações nas concentrações de HgT nos níveis tróficos estão diretamente relacionadas ao hábito alimentar de cada organismo. No caso dos poríferos, as concentrações de HgT foram consideradas baixas quando comparadas às concentrações em outros organismos aquáticos, no entanto, dada sua sessibilidade e hábito alimentar filtrador podem refletir a situação pontual de cada ambiente, sendo propostos como biomonitores da poluição ambiental.