Histórias de vida de professoras em processo de readaptação funcional

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Krugmann, Taís Francéli
• Orientador(a): Urt, Sônia da Cunha
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Violência; Docentes; Readaptação ao Emprego; Instituições Acadêmicas; Violence; Faculty; Employment, Supported; Schools
• Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2700

O fenômeno histórico e social da violência na escola dirigida ao docente tem levado muitos professores a vivenciar o processo de readaptação funcional. Partindo-se da compreensão da violência constituída em sua significação como um termo complexo e polissêmico, a pesquisa investigou suas diversas manifestações físicas, verbais, psicológicas e simbólicas no cenário escolar, e que não somente se configuram como fonte causadora do processo de readaptação funcional docente, mas como uma problemática que se apresenta também quando estes professores exercem outras funções dentro da escola. Apresentamos, juntamente, as formas de auxílio, tratamento e reintegração ao trabalho, prestadas pelos Órgãos competentes. Elegeram-se, como base de estudos e análise, os aportes da Teoria Histórico-Cultural, proposta por Vygotsky e demais interlocutores, objetivando apreender o processo de constituição da subjetividade de docentes em readaptação funcional devido a vivências em contextos de violência na escola. Analisamos entrevistas livres, utilizando a técnica da narrativa de histórias de vida, realizadas com três professoras da rede pública de ensino de Campo Grande – MS, que se encontram readaptadas, ou seja, afastadas de suas funções de docência, como consequência de experiências insalubres no ambiente de trabalho que, por sua vez, desencadearam quadros graves, debilitantes e que impossibilitam a retomada à sala de aula. De acordo com as análises realizadas, foi possível perceber que a condição sob a qual ocorreu a situação que levou as docentes à readaptação funcional, vivenciada e narrada pelas participantes da pesquisa e apresentada na forma de contos literários, de certa forma, caracteriza-se como aspectos que, a partir daquele ponto, norteiam as tramas das relações sociais estabelecidas por elas em suas vidas, até mesmo em suas demais esferas. Este trabalho certamente não corresponde à realidade de todas as escolas e de todos os professores, mas revela e denuncia a crise e o caos instalado no sistema educacional de muitas escolas brasileiras e, principalmente, no contexto histórico-cultural contemporâneo, constituinte da subjetividade de muitos docentes.