Artesania descritiva nos romances de Adriana Lisboa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Casagrande Júnior, Osmar
Orientador(a): Rodrigues, Rauer Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: CPTL
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9656
Resumo: Analisamos o espaço ficcional em romances de Adriana Lisboa, a partir de um recorte que consiste no seguinte corpus: Um beijo de colombina (2003), Rakushisha (2007), Azul corvo (2010) e Hanói (2013), mas com algumas remissões também a Sinfonia em branco (2001) e Todos os santos (2019). A categoria descritiva do espaço se destaca em toda a obra da ficcionista, mas o recorte do nosso corpus parte da observação de uma afinidade conteudística e formal nesses quatro romances. Suas personagens são empregadas de classe baixa, do setor de serviços, vivendo em grandes cidades no século XXI, solitárias, desenraizadas de suas formações familiares, de poucas relações sociais e circunscritas aos espaços de seu cotidiano. Em confluência a isso, o texto dedica longas descrições na relação dessas personagens com seu espaço. A categoria descritiva em Adriana apresenta esses problemas, referenciáveis em nossa contemporaneidade, a partir dos quais ela realiza recortes e rearranjos, compondo um espaço ficcional que passa a ser autônomo. Assim, este se origina do universo extratextual, referenciável, mas em sua autonomia passa também a incidir sobre a percepção da realidade reconhecível. Nesse sentido, primeiro analisamos a questão dos realismos e da mímesis, considerando o realismo como constituinte da realidade, com Tânia Pellegrini, e a mímesis como constituinte do ser, com Luiz Costa Lima. Em seguida, tratamos de uma postura crítica da autora frente à estetização, estágio atual do capitalismo nos termos de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. E por fim, articulamos a relação espaço-temporal com os conceitos de topofilia e filosofia do repouso, de Gaston Bachelard, “a forma espacial”, de Joseph Frank e a “leveza”, de Gilles Lipovetsky. Concluímos – e esta é a nossa tese – que nos romances de Adriana Lisboa há uma peculiar dinâmica, nas descrições encenadas, entre espaço referenciável e espaço ficcional – e a esse modo de narrar, que cria variados efeitos de sentido, nomeamos artesania descritiva.