Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Brito, Irení Aparecida Moreira |
Orientador(a): |
Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1135
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Resumo: |
Este trabalho mostra como o jornal O Estado de S. Paulo construiu a imagem do estudante e do governo militar em dois períodos distintos: durante a ditadura militar e ao final do processo de abertura democrática. Buscou-se analisar como os discursos foram construídos nos dois contextos históricos, para representar aqueles dois atores – o estudante e o governo militar – e como o jornal põe em cena, nas notícias, um simulacro da realidade, de forma que os leitores sejam orientados na aceitação de algumas verdades. Utilizou-se como aparato teóricometodológico a Semiótica greimasiana, bem como as propostas oferecidas por alguns de seus sucessores. O corpus é composto por 15 textos: oito deles são notícias integrantes da reportagem de cobertura que O Estado de S. Paulo realizou sobre o XXX Congresso da UNE, ocorrido em 12 de outubro de 1968, e sete são notícias que compõem a reportagem de cobertura que o mesmo jornal fez do Comício da Sé, realizado na Praça da Sé em 25 de janeiro de 1984. A pesquisa demonstrou que o enunciador mudou seu ponto de vista tão logo mudou o panorama social e histórico. Durante o regime militar, posicionou-se contrário ao movimento estudantil, como revelaram as estratégias discursivas. Por outro lado, na abertura democrática, o mesmo enunciador demonstrou estar ao lado daqueles que tentavam derrubar o regime militar. Esse aspecto revelou a inconstância do discurso jornalístico e, portanto, sua subjetividade. Nas notícias veiculadas em 1968, o governo militar foi caracterizado de forma positiva, enquanto os estudantes foram caracterizados de forma negativa. Em 1984, a estratégia utilizada foi mencionar o governo militar de forma pressuposta, o que não traz tanta responsabilidade sobre o que se diz, e quanto aos estudantes, o jornal optou por não os mencionar. Nesse outro momento, o jornal não precisava dessa figura para contrapor-se à do governo militar, pois a sociedade representava esse papel. Considerando-se esses aspectos, constatou-se que a leitura que se realiza sobre um fato é sempre passível de manipulação. Toda ação humana envolve uma manipulação do ponto de vista semiótico. Todo destinador tem a possibilidade de modalizar seu destinatário, de fazê-lo crer em seus valores. É dessa maneira que o discurso manipula, independente de sua modalidade. |