O discurso midiático no fogo cruzado entre grupos transgressores organizados e equipes de segurança nacional: balas perdidas ou tiros certeiros?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Jefferson Barbosa de
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1139
Resumo: Este trabalho visou problematizar o funcionamento de estratégias discursivas inerentes à constituição da formação discursiva no discurso da mídia relativa à criminalidade, a partir de regularidades e descontinuidades, tendo por referência discursos em prol da ressocialização e punição das identidades transgressoras, formando uma espécie de pedagogia social contra o crime. Para tanto, este estudo pautou-se na seleção de enunciados materializados em revistas de circulação nacional, Veja, Época e Caros Amigos. Vale dizer que tomamos o ponto de vista de entremeio da Análise do Discurso franco-brasileira, cujos pressupostos metodológicos e os princípios analíticos nos subsidiam a partir das concepções de enunciado, acontecimento, arquivo e memória. Importante mencionar que se desenvolveram ao longo deste trabalho, diálogos com os Estudos Culturais anglo-brasileiros, os quais forneceram as bases históricas e culturais da prática midiática, além do estudo da ética no que tange às políticas minoritárias. De modo geral, nosso trabalho organiza-se de forma a, no primeiro capítulo, fornecer, a partir da leitura de alguns enunciados pertencentes ao corpus, as condições de produção do discurso midiático, desde a história de sua constituição à visualização da revista como uma prática do discurso midiático. No segundo capítulo, discorremos sobre a história do projeto da Análise do Discurso francesa, tendo Michel Pêcheux como seu proponente. No capítulo seguinte, recorremos aos conceitos com os quais a análise efetua-se propriamente, tendo como referência os métodos de descrição/análise enunciativa e a imbricação do poder, propostos por Michel Foucault, estudos sobre a heterogeneidade discursiva e representação e imaginário sociais. O quarto capítulo destina-se à análise dos enunciados selecionados nas revistas mencionadas, dedicando-se um item a cada revista, em ordem de sucessão acontecimental. As análises demonstraram que o discurso da mídia funciona como um macro-dispositivo que permite a intersecção e inter-relação entre variados discursos e gêneros, que além de configurarem a polifonia, possibilitam às revistas deslocamentos de sua identidade no regime da contradição entre a formulação dos enunciados e a constituição das formações discursivas. Além disso, foi possível observar que o discurso da mídia, como uma espécie de discurso que é da ordem do acontecimento, tende a (re)produzir representações negativas do sujeito que vive na marginalidade, configurando, assim, sua identidade como transgressor. Portanto, em relação a esse esquema imaginário e os da empresa midiática, tendo em vista o espetáculo que permeia a formulação de sua escrita, as identidades transgressoras são levadas pela ordem do discurso à segregação do âmbito social.