Tratamento e reuso integrado de água cinza utilizando wetlands construídos com plantas ornamentais e um sistema de desinfecção solar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pansonato, Natália
Orientador(a): Paulo, Paula Loureiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2221
Resumo: O reuso da água cinza está se tornando cada vez mais comum. No entanto, o reuso da água cinza bruta não é recomendado, devido ao risco de contaminação. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a utilização da desinfecção solar no pós-tratamento da água cinza, visando o reuso para fins mais nobres. A água cinza objeto deste estudo foi proveniente da cozinha, lavanderia e banheiro (chuveiro e lavatório). A água cinza bruta apresentou elevadas concentrações de matéria orgânica (748 e 426 mg/L de DQO e DBO, respectivamente), turbidez (292 UNT) e E. coli (3,1.104 – 2,0.107 NMP/100mL), evidenciando a necessidade de tratamento antes do reuso. A relação DQO/DBO foi de 1,7±0,5, o que significa fácil biodegradabilidade e tratabilidade do efluente por meio de sistemas biológicos. O sistema de tratamento, monitorado por 13 meses, foi composto por: caixa de gordura, tanque de sedimentação, wetland construído de fluxo horizontal subsuperficial (CW-FH) e wetland construído de fluxo vertical (CW-FV). Os resultados mostraram que a configuração sugerida para o sistema de tratamento (CW-FH/CW-FV), apesar de contrária ao usual, conferiu ao efluente final a qualidade desejada (turbidez abaixo de 30 UNT, baixa concentração de matéria orgânica e nutrientes). As concentrações no efluente tratado foram, em média, 4 UNT (turbidez), 32,5 mg/L (DQO), 8,2 mg/L (DBO5), 6,0 mg/L (SST), 4,9 mg/L (fosfato) e 0,05 mg/L (nitrato). Embora baixa, a concentração de E. coli (1,7.103 NMP/100mL) não atende aos padrões de reuso para fins nobres como irrigação irrestrita e descarga sanitária. Os experimentos realizados com desinfecção solar foram: i) em batelada (garrafas PET de 0,5 e 2,0 L), avaliando o efeito da turbidez na eficiência do sistema e ii) em reator de fluxo contínuo (garrafas PET de 2L conectadas), testando dois tempos de detenção hidráulica (TDH): 18 e 24 horas. Os resultados indicaram que o método SODIS tem potencial para a desinfecção da água cinza tratada, alcançando inativação de até 4,2 logs de E. coli no reator em batelada (6 h de exposição solar) para amostra com baixa turbidez (1,5 UNT) e concentração inicial (Co) de 8,1.106 NMP/100mL e até 100% de inativação de coliformes totais (turbidez de 3,5 UNT e Co 7,8.101 NMP/100mL) no protótipo do reator contínuo (TDH 24 h), com média de radiação solar de 594 W/m2. Observou-se crescimento de algas no reator contínuo, o que interferiu no controle da vazão do sistema e exigiu manutenção freqüente. Não foi observado recrescimento bacteriano.