Mulheres indígenas nos blogs: discursos e identidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ferreira, Gláucia Cristina
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2482
Resumo: Este estudo teve por objetivo investigar e problematizar as representações identitárias da mulher indígena por meio do discurso produzido em ambientes digitais, especificamente em blogs, por meio dos quais insurgem as marcas linguísticas sobre a constituição do sujeito indígena, mobilizadas nos excertos selecionados para análise. Diante disso, esta pesquisa resulta da necessidade de estudar a (re)construção identitária indígena a fim de analisar a definição de um eu representativo para si e para o outro. Por meio da ilusão de que os dizeres que perpassam o ciberespaço são livres de ideologias, supomos que a representação da identidade da mulher indígena ainda se encontra enraizada numa visão estereotipada e superficial ancoradas por rotulagens historicamente articulada pela visão do outro. Nessa perspectiva, articulamos as seguintes questões norteadoras: de que lugar falam as mulheres indígenas no ciberespaço? Até que ponto o que é escrito no ciberespaço apresenta-se como confissões de si? Como o espaço midiático pode interferir na produção da identidade indígena? O procedimento metodológico, pelo qual lançamos mão, foi realizado por meio da análise do recorte de dez excertos retirados de quatro blogs: “Índio Educa”, “Rádio Brasil Indígena”, “Eu sou pelas mulheres indígenas” e “Rede Grumin de mulheres indígenas”. Trata-se de uma pesquisa que se insere na perspectiva metodológica discursiva com base nos fundamentos da Análise do Discurso de linha francesa, com as contribuições de Pêcheux (1988, 1990); Foucault (2004, 2008, 2009) articulando sobre a escrita de si, discurso e formação discursiva, e Jaqueline Authier-Révuz (1998) favorecendo as discussões sobre a heterogeneidade discursiva. No que tange às reflexões sobre cultura, transdisciplinaridade, à identidade pós-moderna, à figura da mulher na história, às questões indígenas, de gênero, blogs e ciberespaço, recorremos, respectivamente, a Bhabha(1998), Bauman (2005), Hall (2005), Lipovetsky (2000), Beauvoir (1970), Guerra (2010, 2012), Limberti (2009, 2012), Martino (2014), Sibilia (2008), Ricuero (2003, 2009), Lévy (1996, 1999), dentre outros. Este trabalho foi organizado em três capítulos: no primeiro - (Entre)tecendo fios teóricos - apresentamos as constituições teóricas que conduziram e subsidiaram as análises dos efeitos de sentido produzidos durante o processo discursivo; no segundo – Mapeando dimensões históricas e representativas – discorremos sobre o momento histórico-social sobre a figura feminina, assim como os pontos teóricos sobre os blogs e o ciberespaço. E no último capítulo – Análise discursiva sobre as formas do dizer de si no ciberespaço: em cena a mulher indígena – apresentamos as análises dos recortes enunciativos subdividos em dois eixos: A construção do eu: análise sobre a(s) identidade(s) da mulher indígena e Mulher indígena brasileira: sentidos cristalizados desestabilizados. Os resultados obtidos demonstram que as identidades produzidas pelas mulheres indígenas pautam-se por meio de discursos plurais alicerçados por situações sociais que torna a identidade uma “celebração móvel” (HALL, 2006) inscritas por acontecimentos que propiciam novos sentidos e contornos cambiantes identidade indígena, a qual está em constante diálogo com a memória coletiva.