Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Alessandra Dias |
Orientador(a): |
Guerra, Vânia Maria Lescano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2024
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Resumo: |
O objetivo principal deste trabalho é problematizar a constituição identitária de indígenas sul-mato-grossenses a partir da interpretação da escrita em postagens realizadas na rede social denominada Facebook. Como objetivos específicos, visamos rastrear e apontar no discurso do/sobre o indígena, marcas de exclusão, por meio de análise da materialidade linguística encontrada nas construções verbais e verificar como esse sujeito indígena se representa e é representado nessa rede social. Partimos da hipótese inicial de que a representação identitária dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, construída por meio de discursos veiculados no Facebook, não é a de sujeitos que se constituem por uma identidade fixa e imutável, mas trata-se de um grupo que se constitui em meio a um entrelaçamento de identificações, de si e do outro (o branco). Dessa maneira, pressupomos que os discursos produzidos, em meio ao espaço virtual, possuem marcas linguísticas que apontam para discursos de exclusão numa tentativa de (in)clusão social. Esta pesquisa justifica-se pela importância em mostrarmos, por meio da escrita acadêmica, um problema que atinge os segmentos sociais que é o conflituoso convívio entre os povos indígenas e o branco, e como este contato influencia no deslocamento identitário do indígena sul-mato-grossense, colocando-o num entre-lugar. A pesquisa ancora-se nas teorias da Análise do discurso, da perspectiva francesa, portanto, nos estudos de Pêcheux (2009,1990) e Orlandi (2007, 2008) no que tange aos conceitos de discurso e sujeito; Coracini (2007, 2010, 2011), Hall (2005) e Castells (1999) no que diz respeito ao estudo das identidades sociais. Para sustentar a análise sobre a escrita virtual articulamos estudos de Lévy (1996,1999) e de Baudrillard (2011). Para problematizar as relações de saber/poder, a escrita de si, assim como, o processo de subjetivação na constituição dos sujeitos, valemos dos pressupostos de Foucault (2012, 1987, 1983,1988, 2009). Metodologicamente, apoiando-nos na arqueogenealogia foucaultiana para historicizarmos os acontecimentos discursivos de modo a observar em que condições são produzidos os discursos acerca da temática indígena de Mato Grosso do Sul, no Facebook. A dissertação está dividida em três capítulos. No primeiro apresentamos as condições de produção dos discursos produzidos acerca dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, na rede social Facebook. No segundo, abordamos as concepções teóricas da Análise do Discurso, que julgamos fundamentais para a construção da pesquisa. No terceiro, apontamos algumas representações identitárias dos povos indígenas sul-mato-grossenses construídas por meio de discursos veiculados no Facebook. O corpus foi recortado a partir da noção de formação discursiva de Foucault (1987), pois tal conceito nos possibilita encontrarmos as regularidades existentes por trás da dispersão dos discursos presentes, em nosso estudo. Os resultados apontam que o indígena sul-mato-grossense representado no Facebook é perpassado pela cultura e pela voz do outro (o branco), portanto, é constituído em meio à tentativa de marcar seu espaço social. |