Da cor da cultura à cultura da cor: o Black English em The Color Purple

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Carlos Alberto Gonçalves da
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1107
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar como Alice Walker, autora de The Color Purple, se increve na sociedade norte-americana, como mulher afro-descendente, por meio de seus personagens. Fato curioso é que a autora opta por um registro lingüístico que não é o padrão daquela sociedade branca, dominante. E, no entanto, por meio dos enunciados, constatamos que isso se deveu ao fato de uma necessidade de resgatar a sua ancestralidade, de travar um diálogo com a sua geração, muito ao contrário do que a crítica norte-americana afirmou ser um ato de rebeldia. Traçamos as principais características do discurso da mulher, o discurso de exclusão, do minoritário, do preconceito racial e sexual, as formações identitárias, definidoras de diferenças, enfim, de um discurso não-canônico. Pautamo-nos na seleção de dados materializados nas cartas escritas por Celie e Nettie no romance The Color Purple. Tomamos o ponto de vista da Análise do Discurso francesa e também uma visão de teóricos brasileiros, cujos pressupostos metodológicos e os princípios analíticos nos subsidiam a partir da materialidade lingüística, numa perspectiva cunhada no Black English; do processo de referenciação; de formações discursivas; de interdiscurso; de polifonia. É de suma importância ressaltar que se desenvolveram ao longo deste trabalho diálogos com os Estudos Culturais, os quais forneceram as bases históricas e culturais da construção identitária, da exclusão e das relações de poder que perpassam os discursos dos grupos minoritários do nosso corpus. Vale ainda dizer que nos apoiamos, também, no decorrer de nossa pesquisa nos estudos da Tradução, numa visão não meramente lingüística, literária, e sim uma tradução que envolve os aspectos da sociedade, ou seja, a tradução cultural. De forma relevante, as diferenças culturais têm sido reduzidas e, por conseguinte, fronteiras culturais são rompidas pela natureza midiática e virtual do nosso tempo. Por esse caráter intenso e acelerado, coloca-se em discussão cada vez mais acirrada a questão da tradução. De maneira geral, conforme essas orientações teóricas, nosso enfoque deteve-se na discussão das formações discursivas no discurso da mulher, negra, semi-alfabetizada e abusada sexualmente, que luta pela sobrevivência num mundo marginal, onde a sociedade maior, branca e dominante, impõe-lhe restrições, proibições e silenciamentos.