Soroepidemiologia da infecção pelo vírus da Hepatite B em população pantaneira de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Bigaton, Gláucia
Orientador(a): Matos, Maria de Fátima Cepa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1861
Resumo: A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) possui distribuição mundial e sua prevalência varia amplamente nas diversas regiões geográficas do mundo. No Brasil, taxas variadas de prevalência têm sido encontradas em diferentes áreas e grupamentos populacionais. O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência dos marcadores sorológicos para hepatite B na população ribeirinha residente no Pantanal Sul-matogrossense, considerada uma região com condições sócio-econômicas e de moradia precárias. A população de estudo foi constituída por 321 indivíduos residentes em quatro comunidades remotas da Bacia do Alto Paraguai: Serra do Amolar/São Lourenço (n=74), Paraguai Mirim (n=100), Porto da Manga (n=74) e Passo do Lontra ( n=73). As amostras coletadas foram testadas para detecção dos marcadores HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs por ensaio imunoenzimático. As amostras HBsAg positivas foram submetidas à pesquisa do HBeAg e anti-HBe. O HBV DNA das amostras HBsAg reagentes foi detectado pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Do total de 321 ribeirinhos investigados, com idade variando de 1 a 89 anos (média de 26,7 anos e desvio padrão de ± 19,3), 52% (167/321) eram do sexo masculino, sendo que 54,2% eram de cor branca e 43,3% relataram ter companheiro fixo. A maioria (93,4%) dos indivíduos apresentava baixos níveis sócioeconômicos e educacionais, precárias condições de higiene e moradia e suas casas não apresentavam sistema de saneamento básico. A pesca era a principal atividade de subsistência. A prevalência global da infecção pelo HBV foi de 36,5% com variação de 15,1% (comunidade Passo do Lontra) a 61% (comunidade Paraguai Mirim). A positividade para o anti-HBc total associado ao HBsAg foi de 1,6 % e a associação do anti-HBc com anti-HBs, indicativo de infecção passada e resposta imune, foi encontrada em 32,1% (103/321) dos indivíduos. A presença do anti-HBc isolado, foi encontrado em 2,8% (9/321) dos indivíduos. A presença de anti-HBs como marcador isolado, indicativo de antecedente de resposta vacinal foi detectada em 32,4% (104/321) dos indivíduos. Das duas amostras HBsAg positivas, quatro eram anti-HBe reagentes. O HBV DNA foi detectado em 40% (02/05) das amostras HBsAg reagentes e em 80% (04/05) das anti-HBe positivas. Os isolados do HBV foram identificados como genótipos D e F. Esses resultados reforçam a necessidade de programas adicionais de educação em saúde e esquemas alternativos de vacinação contra hepatite B visando ao aumento da cobertura vacinal nas comunidades pantaneiras isoladas do Brasil Central.