Estudo química e avaliação de atividades citotóxica, genotóxica e antifúngica de Ocotea acutifolia (Nees) MEZ. (Lauraeae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Ana Francisca Gomes da
Orientador(a): Garcez, Fernanda Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1663
Resumo: Ocotea acutifolia, espécie pertencente à família Lauraceae e ainda não estudada quimicamente, foi coletada na região sul de Mato Grosso do Sul. O estudo químico dos extratos alcaloídicos das folhas e cascas do caule e das fases hexânica e em acetato de etila obtidas das partições do extrato etanólico das folhas resultou no isolamento e identificação e/ou elucidação estrutural de vinte e uma substâncias, compreendendo dezoito alcaloides, um flavonoide, um poliprenol e um esteroide. Das folhas foram obtidos dezessete alcaloides aporfinoides, (+)-dicentrina (1), (+)-ocoteína (2), (+)-nordicentrina (3), (+)-O-metilcassifilina (4), (+)-6S-N-óxido dicentrina (5), (+)-6R-N-óxido dicentrina (6), (+)-6S-N-óxido ocoteína (7), (+)-6R-N-óxido ocoteína (8), (+)-leucoxina (9), (+)- ocoxilonina (10), (+)-norocoxilonina (11), (+)-neolitsina (12), (+)-isodomesticina (13), (+)- talicsimidina (14), (+)-predicentrina (15), (+)-N-metillaurotetanina (16) e talicminina (17) e um alcaloide morfinano (+)-palidina (18), além de kaempferol-3-O--Lramnopiranosídeo, ficaprenol-12 e 3-(6’-O-acil-O--D-glucopiranosil)-sitosterol, dos quais 1, 2, 4 e 17 também foram isolados das cascas do caule. Os alcaloides 7, 8 e 11 são inéditos, enquanto 12 e 14 estão sendo descritos pela primeira vez no gênero. As determinações estruturais foram efetuadas com base em dados espectroscópicos de IV, UV, RMN 1H e 13C uni- e bidimensionais, dados de EM e valores de rotação óptica. Neste trabalho foram também avaliadas a toxicidade para Artemia salina e atividades citotóxica frente a diferentes linhagens de células tumorais, genotóxica em células de asas de Drosophila melanogaster por meio do ensaio SMART e antifúngica frente a seis cepas padrão de Candida albicans, C. glabrata, C. krusei, C parapsilosis, C. tropicalis e Cryptococcus neoformans dos extratos das folhas e das cascas do caule e de alguns dos alcaloides obtidos de O. acutifolia. Dentre os resultados obtidos, pode-se destacar no ensaio de atividade citotóxica realizado com dez dos alcaloides isolados (1, 2, 5, 7-9, 11-13 e 17), os compostos 1 (CI50 = 11,2 μg/mL frente a células B16-F10), 2 (CI50 = 8,1 μg/mL frente a células Hep-2), 12 (CI50 = 10,2 μg/mL frente as células MCF-7 e B16-F10) e 17 (CI50 = 10,7 μg/mL frente a células 786-0). No ensaio de atividade genotóxica realizado com cinco dos alcaloides obtidos (1, 2, 7, 9 e 17), três (1, 2 e 17) apresentaram atividade genotóxica, destacando-se 1 e 17 os quais apresentaram genotoxicidade superior à do agente anticâncer cloridrato de doxorrubicina (controle positivo). Estes alcaloides podem interagir com o DNA como agentes intercalantes, causando eventos de mutação e recombinação e assim os seus efeitos genotóxicos podem ser um dos principais fatores que explica a citotoxicidade apresentada por estes compostos. Quanto ao ensaio de atividade antifúngica, o extrato alcaloídico das folhas demonstrou potencial fungitóxico, assim como os nove alcaloides submetidos a este ensaio (1, 2, 5, 7, 8, 9, 11, 17 e 18), os quais apresentaram fungitoxicidade frente à maioria das cepas testadas.