Avaliação do extrato hidroetanólico de tabebuia aurea sobre as atividades inflamatória, miotóxica e hemorrágica induzidas pelo veneno de bothrops neuwiedi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Freitas, Fernanda Paes Reis
Orientador(a): Kadri, Mônica Cristina Toffoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2624
Resumo: Os acidentes ofídicos constituem um problema de Saúde Pública em regiões tropicais do mundo, devido à frequência e gravidade dos seus efeitos. No Brasil, a maioria dos acidentes é causada pelo gênero Bothrops. Os venenos dessas serpentes induzem efeitos sistêmicos e reação inflamatória local acentuada. A terapia efetiva disponível é a soroterapia, porém, não neutraliza de modo eficaz os efeitos locais, mesmo se administrada logo após o acidente. A prática da utilização de plantas como antídoto para acidentes ofídicos é antiga e estudos etnobotânicos mostraram que o gênero Tabebuia possui atividade antiinflamatória e cicatrizante e é indicada para picadas de cobras. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do extrato hidroetanólico de Tabebuia aurea (EHETa) sobre as atividades inflamatória, miotóxica e hemorrágica induzidas pelo veneno de Bothrops neuwiedi, em camundongos. Os resultados indicaram uma redução do edema de pata em todo o período analisado, sendo significativa a partir dos 60 minutos. A concentração de 200 mg/Kg foi a mais efetiva. O veneno de Bothrops neuwiedi (VBn) neutralizado também reduziu o edema formado. Observou-se que o EHETa inibiu a migração de polimorfonucleares (PMN) em todos os ensaios quando comparados aos animais que receberam somente VBn. O VBn neutralizado não reduziu significativamente a área hemorrágica. No entanto, diminuiu a concentração de hemoglobina comparado ao VBn. Os valores de creatina quinase (CK) nos animais que receberam VBn neutralizado foi menor se comparado ao VBn, porém não foi estatisticamente significativo. A análise histopatológica mostrou que o HETa preservou as fibras musculares, com a presença de edema focal e leve de infiltração de leucócitos. Já os animais que receberam VBn apresentaram infiltrado leucocitário intenso entre as fibras musculares e hemorragia. Nos animais tratados com VBn neutralizado, a área hemorrágica foi menor e multifocal e o infiltrado de leucócitos menos intenso. Em conclusão, o EHETa inibiu a resposta inflamatória e hemorrágica induzida por VBn em camundongos. A redução do efeito miotóxico foi observada na análise histopatológica. O VBn neutralizado inibiu a produção de peróxido de hidrogênio quando comparado ao VBn. Assim, nossos resultados revelaram que o EHETa pode ser um inibidor das ações locais do veneno de Bothrops neuwiedi.