Acidentes por peçonhas na área de abrangência sanitária do município de Juiz de Fora - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Martins, Francislene Juliana lattes
Orientador(a): Raposo, Nádia Rezende Barbosa lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Luiz Cláudio lattes, Tagliati, Carlos Alberto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4138
Resumo: Acidentes por animais peçonhentos são graves e de alto índice de morbimortalidade. O município de Juiz de Fora – MG é considerado área endêmica para serpentes, aranhas e escorpiões e carente de estudos neste campo. Este estudo descritivo retrospectivo teve por objetivo caracterizar os acidentes com peçonhas notificados no referido município. Foram avaliados os 1.500 envenenamentos ocorridos na região de abrangência sanitária do município sede, entre 2002 e 2007. Os dados foram coletados nas fichas de investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no Departamento de Vigilância Epidemiológica local e registros de pacientes obtidos no Hospital de Pronto Socorro (HPS) Doutor Mozart Geraldo Teixeira. Tais dados foram avaliados por estatística descritiva, com auxílio do Software Statistical Package for the Social Sciences 14.0 e o georreferenciamento realizado com a utilização do Software ArcGIS 9.2. As análises evidenciaram maior frequência de acidentes por aranhas (28,9%, n = 434), escorpiões (25,3%, n = 379) e serpentes (19,8%, n = 297). A maioria dos atendimentos foi efetuada no Pronto Atendimento Central (79,3%, n = 1189) e HPS (19,9%, n = 299). Os acidentes ofídicos foram mais frequentes na zona rural (63,0%, n = 187), com aumento de casos no período quente e úmido do ano (70,7%, n = 210). O gênero Bothrops foi o agressor mais envolvido (67,0%, n = 199) e os membros inferiores os mais acometidos (64,6%, n = 192). As vítimas tinham, em média, 34 ± 18,3 anos. A taxa de letalidade foi de 0,34%. Os acidentes escorpiônicos ocorreram, em sua maioria, na zona urbana (81,8%, n = 310), com maior frequência no período quente e úmido (57,3%, n = 217). Tityus serrulatus foi o mais envolvido (63,2%, n = 213) e os membros superiores os mais acometidos (49,8%, n = 189). As vítimas tinham, em média, 37 ± 20 anos. A taxa de letalidade foi de 0,26%. Os acidentes por aranhas ocorreram na zona urbana em 50,0% (n = 217) dos casos e a frequência de ocorrência permaneceu estável ao longo do ano. O gênero Phoneutria foi o mais envolvido (45,4%, n = 197) e os membros superiores os mais acometidos (44,6%, n = 193). As vítimas tinham, em média, 37 ± 19 anos. Nos três tipos de acidente, os envenenamentos foram considerados leves (68,6%, n = 761), as vítimas foram atendidas em menos de 3 horas (64,1%, n = 712) e evoluíram para cura (80,5%, n = 894). A soroterapia foi realizada em 63,3% (n = 197) dos casos de ofidismo; 2,1% (n = 8), de escorpionismo e 3,2% (n = 14), de araneísmo. A sintomatologia local mais frequente foi a dor (81,4%, n = 904). A maioria dos acometidos era do sexo masculino (67,7%, n = 752) e a atividade laboral foi a circunstância mais relacionada ao acidente (36,5%, n = 405). O número de acidentes no período analisado confirma a área como endêmica para estes animais e justifica estudos que permitam o conhecimento do perfil epidemiológico da região e desenvolvimento de políticas públicas locais.