Aspectos clínico-laboratoriais, epidemiológicos e terapêuticos de pacientes infectados pelo HIV por transmissão vertical, Campo Grande-MS, 1993 a 2009

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Matos, Vanessa Terezinha Gubert de
Orientador(a): Oliveira, Ana Lúcia Lyrio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1886
Resumo: A infecção pelo HIV acomete mundialmente cerca de dois milhões e meio de crianças, sendo que a síndrome da imunodeficiência humana passou de doença quase uniformemente fatal para uma condição crônica. O aumento da sobrevida tornou essencial o conhecimento sobre a condução do tratamento dessas crianças. Considerando a escassez de estudos na região Centro-Oeste do Brasil sobre pacientes infectados pelo HIV, esta pesquisa objetivou descrever aspectos clínicolaboratoriais, epidemiológicos e terapêuticos de crianças e adolescentes infectados pelo HIV por transmissão vertical, que fizeram uso de terapia antirretroviral e foram atendidos nos serviços de referência de Campo Grande no período de 1993 a 2009. Foi realizado um estudo transversal, com coleta de dados a partir de registros de prontuários médicos de 78 pacientes HIV infectados por transmissão vertical, com idade até 19 anos e que fizeram uso de antirretrovirais. Dados demográficos e informações sobre a terapia antirretroviral utilizada, incluindo resistência; quantificação da carga viral e linfócitos T-CD4+ anterior ao início da terapia antirretroviral e durante esta terapia; bem como o número de internações hospitalares foram coletados. Quase metade dos pacientes vivos em 2009 tinha entre 11 e 15 anos de idade, sendo que a idade média ao diagnóstico foi 38,84 meses. A mediana da contagem de CD4 no início do acompanhamento foi 860 células/mm3 e 72.000 cópias/ml de carga viral. O início do tratamento predominou na idade de 12 a 35 meses, utilizando associação de zidovudina e didanosina (32,0%). A maioria dos pacientes (51,3%) foi internado de uma a cinco vezes e a terapia antirretroviral inicial não esteve associada à necessidade de internação. Pacientes que iniciaram tratamento com terapia antirretroviral altamente ativa utilizaram até três esquemas antirretrovirais. Apesar de estarem em uso de antirretroviral há mais de 10 anos, maior número de pacientes não apresentou carga viral indetectável no último exame. Para 78% dos pacientes com carga viral detectável foi realizado teste de genotipagem. Maior resistência aos inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos foi identificada, seguida de resistência aos não análogos de nucleosídeos. Cinco pacientes morreram durante o período estudado e três eram do sexo masculino. A idade destes pacientes no diagnóstico variou entre quatro e 24 meses, enquanto a idade no óbito foi quatro (2) anos, cinco, dez e 11 anos de idade. A última contagem de CD4 variou entre oito e 2704 células/mm3 e o último valor de carga viral esteve entre 100 e 2,7 milhões de cópias/ml. Somente para dois dos cinco pacientes foi solicitada genotipagem sendo um resistente aos inibidores da protease e o outro resistente a todas as classes. Pneumonia, sepsis, criptococose cerebral e miocardite foram as causas de morte. É necessário o acompanhamento destes pacientes durante a transição da clínica pediátrica para a clínica de adultos, bem como o monitoramento dos efeitos da exposição prolongada ao HIV e à terapia antirretroviral.