Aspectos populacionais de Sterculia apetala (Jacq.) Karst (Sterculiaceae) como subsídios ao plano de conservação da arara-azul no Sul do Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Santos Júnior, Antonio dos
Orientador(a): Ishii, Iria Hiromi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/521
Resumo: Sterculia apetala é uma espécie-chave para a conservação da arara-azul no Pantanal, pois, 94% dos ninhos desta ave na área pantaneira são abrigados nos troncos de indivíduos desta espécie arbórea. Este estudo teve como objetivos (1) investigar a existência de anéis anuais, descrevendo as características anatômicas macroscópicas da madeira, (2) investigar a taxa de crescimento radial médio anual, (3) estimar a idade das árvores que abrigam as cavidades ninho cadastradas pelo Projeto Arara Azul e (4) empregar estes resultados em estudos de estrutura populacional de S. apetala para fornecer subsídios ao plano de conservação da arara-azul no Pantanal. A área de estudo compreendeu florestas semideciduais em cordilheiras em fazendas nas sub-regiões do Miranda, Abobral e Nhecolândia. Os métodos utilizados neste estudo foram análises de anéis anuais, ou dendrocronologia. As camadas de crescimento em S. apetala são distintas e anuais. O crescimento radial médio anual das árvores de S. apetala no Pantanal é de 3,4 mm, sendo diferente entre as sub-regiões investigadas. O comportamento do crescimento de S. apetala sugere ser uma árvore de estádio secundário de sucessão ecológica marcado pela variação no crescimento ao longo da história de vida que primeiramente investe energia no crescimento em altura e assim que a árvore atingir o dossel passa a investir mais em crescimento em diâmetro. A estrutura populacional de S. apetala mostrou uma menor freqüência de jovens tanto na estrutura etária quanto na estrutura de tamanho (DAP). A maior parte dos ninhos cadastrados pelo Projeto Arara Azul/UNIDERP estão concentrados na categoria de árvores adultas, entre 60 e 90 anos de idade. Considerando a idade das árvores que abrigam cavidades e a sua constante perda, há uma tendência à diminuição na disponibilidade de ninhos naturais para a arara-azul nas próximas décadas, tornando a ave dependente do aporte de sítios reprodutivos artificiais disponibilizados pelo Projeto Arara Azul. Assim, em caso de recomposiç ão de florestas, somente após 60 anos as árvores estarão aptas a abrigar cavidades-ninho para a arara-azul. Neste hiato de tempo, ações de manejo como as realizadas pelo Projeto Arara Azul serão importantes para a manutenção da população da arara-azul no Pantanal.