Ensino secundário e agentes intelectuais no sul de Mato Grosso (1931-1961)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andrade, Heloise Vargas de
Orientador(a): Assis, Jacira Helena do Valle Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3177
Resumo: O presente estudo tem como objetivo compreender como agentes intelectuais na porção sul do Mato Grosso representam em suas memórias a formação no secundário no período que compreende os anos de 1931 a 1961. Partimos da hipótese de que o ensino secundário com uma formação humanística propiciou uma sólida e referenciada formação de agentes intelectuais, que neste nível de ensino foram despertados a percorrerem uma trajetória no campo intelectual, principalmente na posição de docentes e escritores. Para alcançar tal objetivo utilizamos como fonte de pesquisa obras memorialísticas e relatos orais por meio entrevistas semiestruturadas que foram cruzadas com documentos de instituções escolares de ensino secundário. Nesse sentido, focalizamos em três agentes, quais sejam, Abílio Leite de Barros, Pirre Adri e José Corrêa Barbosa, que, contribupiram na pesquisa por meio de suas memórias orais e escritas. Tais fontes foram analisadas a partir do referencial teórico de Pierre Bourdieu. Intencionamos contribuir com a história regional da Educação, a partir de uma análise sociológica do processo educacional de formação das elites intelectuais, estabelecendo um diálogo teórico-metodológico entre história e memória. No período selecionado para a pesquisa identificamos no campo educacional, intensas disputas entre defensores da pedagogia tradicional e escolanovista. Isso porque o ensino secundário com um curriculo literário conformava-se como reduto de formação das elites intelectuais, ao conferir ao ensino secundário um caráter seletivo. Com recorrentes denúncias a ineficiência do ensino, o curso secundário passou por sucessivas reformas a fim de democratizar o acesso à instrução secundária, com discussões e propostas relacionadas ao movimento escolanovista. Em contrapartida no sul de Mato Grosso as instituições que haviam sido recentemente instaladas, ofereceram as classes economicamente favorecidas desta parte do País um ensino tradicional, com um curriculo predominantemente literário que proporcionou aos estudantes um acúmulo de capitais – social, cultural e simbólico – que mais tarde os auxiliaram na inserção no campo intelectual. Na análise identificamos práticas culturais, escolares, sociais e religiosas por meio do incentivo a leitura e a escrita, participação em grêmios, desfiles, competições e cerimônias de premiação que legitimaram agentes com disposições incorporadas para tal inserção no campo intelectual. Em que pese às fragilidades das instituições secundárias do sul de Mato Grosso, as instituições alcançaram renome e cumpriram a função de reprodução das desigualdades sociais.