O indígena Guarani de Dourados (MS): mídia, representação e discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Amorim, Juliana Marques de Matos
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1562
Resumo: A proposta desta pesquisa é problematizar os discursos midiáticos sobre a desnutrição nas aldeias indígenas de Dourados-MS, de forma a obter as representações do indígena sul-mato-grossense construídas pelo discurso da mídia. Para tanto, como corpus da pesquisa temos os discursos dos jornais O Progresso, veiculado na cidade de Dourados-MS, de circulação regional, e Folha On-Line, jornal digital de circulação nacional. A busca por esse objetivo resultou neste trabalho, no qual se aborda o tema sob a ótica da Análise do Discurso, dos Estudos Culturais e da História. Ancorando-se em obras de teóricos como Pêcheux (1997; 2002), Foucault (1990; 1996), Authier-Revuz (1990) e em estudiosos de cultura e identidade – sendo os principais Bhabha (1998), Bauman (1998; 2005), Castells (1999) e Souza (2003) -, desestabilizamos os discursos midiáticos sobre o índio guarani mediante o estudo de sua atuação na História, de forma que possa haver compreensão sobre seu papel na sociedade atual e sobre sua representação no imaginário popular. No que concerne às identidades, baseamo-nos nos conceitos de Coracini (2007), a fim de relacionarmos a representação à questão identitária, e sobre como uma interfere na outra. Sob a concepção foucaultiana de arqueologia – em que articulamos dados históricos no processo de desconstrução discursiva -, trazemos para a análise dados históricos, fundamentados especialmente nas obras de Cunha (1992), Gressler (1988), Aylwin (2009). Como bases para a análise linguística, Cardoso (2003) e Silva (2007) oferecem relevantes esclarecimentos sobre os processos de referenciação na perspectiva discursiva, assim como Neves (2000), Fiorin (1996) e Flores, et al (2008) contribuem para a análise dos demais aspectos da materialidade linguística dos discursos. Na análise de recortes dos jornais, identificam-se as regularidades que os caracterizam como propagadores de representações perante o público leitor, de forma a trazer os resultados provenientes da pesquisa, assim como uma breve discussão sobre esses resultados, os quais indicam a presença de diversas formações discursivas jurídicas, médicas, políticas e institucionais que colaboram para a construção das representações de “abandonado”, “subalterno”, “miserável”, “selvagem”, “submisso”, “vítima”, “marginal”, “incapaz” e “viciado”, associadas ao indígena sul-mato-grossense na mídia, e que, consequentemente, acabam por constituir o imaginário popular.