Avaliação do Potencial Antioxidante, Genotóxico e/ou Antigenotóxico e Estudo Químico de uma amostra de Própolis da Região do Cerrado de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Fernandes, Fábio Henrique
Orientador(a): Garcez, Fernanda Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1694
Resumo: A própolis é uma resina complexa produzida por abelhas cuja composição química depende da biodiversidade botânica da região onde ela é produzida. Na medicina popular é utilizada para o tratamento de várias doenças. Em vista de sua ampla utilização terapêutica e poucos estudos sobre seu mecanismo de ação e também considerando que as propriedades biológicas da própolis produzida no Cerrado de Mato Grosso do Sul que não tenham sido previamente investigados, o objetivo do presente estudo foi avaliar a efeito genotóxico de própolis obtida neste bioma em células da asa de Drosophila melanogaster, por meio do teste SMART/asa. A própolis foi sucessivamente extraída com hexano e etanol para obtenção dos extratos PEH e PEE, respectivamente. O extrato PEE foi adicionalmente submetido à partição com hexano (PFH), diclorometano (PFD), acetato de etila (PFA) e nbutanol (PFB). Avaliou-se também a atividade antirradicalar (ensaio do DPPH) e determinou-se o teor de fenóis totais (FT) das amostras de interesse. Os constituintes voláteis foram obtidos por destilação de arraste a vapor tipo Clevenger, em seguida, uma alíquota de óleo essencial (POE) foi submetido a CG/EM para em seguida ser analisado pelo índice de Kovats. Para avaliar os efeitos genotóxicos de PEH, PEE, PFA e PFB em células da asa D. melanogaster, dois cruzamentos foram utilizados: o padrão (ST) e o de alta bioativação (HB). Várias técnicas cromatográficas resultaram no isolamento de nove substâncias: ácido acetilisocupréssico (1), artepilina C (2), ácido p-cumárico (3), ácido diidrocumárico (4), ácido cafeico (5), aromadendrina (6), trans-nerolidol (7), espatulenol (8) e 3-epilupeol (9), as suas estruturas foram estabelecidas com base em dados de 1H e 13C de RMN. Os valores mais significativos de atividade antirradicalar e FT foram observados nas fases mais polares: PEE, PFA, e PFB. Sob as condições experimentais, não foi observado genotoxicidade para PEH, PEE, PFA e PFB em todas as concentrações testadas (12,0, 6,0 e 3,0 mg/mL). O tratamento simultâneo com diferentes concentrações de PEE associado à doxorrubicina (DXR) induziu à redução da frequência de manchas em comparação com o tratamento com DXR sozinha no cruzamento ST, enquanto que no HB observou-se efeitos genotóxicos, indicando a característica "Janus". Efeitos inibitórios também foram observados para todas as doses da PFB (1,37, 0,69 e 0,345 mg/ml) associada à DXR em ambos cruzamentos (ST e HB), sendo que a concentração mais elevada (1,37 mg/mL) do HB apresentou inibição de 96,2% das manchas mutantes. Entre os compostos isolados, o 1 foi testado e mostrou genotoxicidade na maior concentração (1,0 mg/mL) no cruzamento HB, ou seja, este diterpeno requer bioativação pelo citocromo P450. Este é o primeiro relato sobre o efeito genotóxico do ácido composto ácido acetilisocupréssico (1). Não foi observada genotoxicidade para POE em todas as concentrações testadas (0,05, 0,1 e 0,2%) no cruzamento ST, este resultado pode ser relacionado com compostos principais presentes no POE: transcariofileno, δ-cadineno, espatulenol e allo-aromadendreno. Estes resultados contribuem para o conhecimento da composição química e atividade biológica de uma amostra de própolis do Cerrado de Mato Grosso do Sul como candidatos promissores para novos agentes anticancerígenos.