OS SENTIMENTOS E AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE GORDOFOBIA ENTRE PRÉ-ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESCOLAR DE SIDROLÂNDIA / MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SOUZA, VALDELICE CRUZ DA SILVA lattes
Orientador(a): GONÇALVES, Josiane Peres lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação (Campus Campo Grande)
Departamento: FAED
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4359
Resumo: A pesquisa versa sobre a gordofobia no contexto escolar e teve como objetivo identificar as representações sociais e os sentimentos de pré-adolescentes que estudam em escolas públicas de Sidrolândia / MS, sobre a gordofobia, evidenciando se o preconceito está relacionado com as questões de gênero e se há influência da mídia na dissipação do preconceito. A abordagem epistêmica está ancorada aos conceitos da Teoria das Representações Sociais, sob a perspectiva de Moscovici e seus colaboradores, entre outros autores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada a partir de um questionário que foi respondido por 58 alunos e três grupos focais com 16 alunos matriculados no 5º ano do Ensino Fundamental de três escolas públicas no município de Sidrolândia-MS, escolhidas por sua localização, contemplando uma escola de centro, uma periférica e uma comunidade indígena. Os dados foram classificados a partir da Análise de Conteúdo de Bardin e resultou em seis categorias: 1. O “magro é mais da hora”: Opiniões dos pré-adolescentes quanto ao modelo de corpo - em que analisa o sentimento de tristeza e de insatisfação quanto a autopercepção corporal dos pré-adolescentes, 2. Eu sofri, eu sei como que é, eu quase me cortei, por depressão: gordofobia na escola- em que se revela as experiências de preconceito devido a estrutura física, culminando em depressão e baixa autoestima, 3. Todo mundo me zoa na escola: bullying, violência na escola e as dificuldades nas atividades escolares - que foi possível evidenciar as consequências do preconceito na vida e no desenvolvimento acadêmico dos alunos e a estrutura física como principal motivo de ações preconceituosas, 4. Porque tem mulher que não aceita homem gordo: gênero e gordofobia- em que expõe o poderio da gordofobia sob o corpo feminino, 5. Superman X Cinderela: influência da mídia na autopercepção dos pré-adolescentes - apontando o papel da mídia na formação da autoimagem e propagação da gordofobia e 6. Nem gorda nem magra abracadabra - em que sinaliza o modelo ideal nos dias atuais. Considera-se que corpo é visto como referencial quando se busca bemestar, sucesso profissional, pessoal, amoroso e social, um objeto manipulável e de possível controle, com isso, aqueles que não se enquadram a esta afirmativa, são submetidos a julgamentos e discriminação. Os pré-adolescentes indicaram o corpo magro como melhor modelo corporal, demostrando insatisfação com sua aparência física e ancoram a gordofobia às representações oriundas do bullying que torna a escola um ambiente hostil e inseguro, o que afeta diretamente sua autoestima e seu desenvolvimento escolar. Revelou-se que, embora os homens estejam sob coerção por conta da estrutura corporal, a mulher ainda segue como principal alvo da gordofobia, em que a mídia constantemente prestigia o corpo magro como o ideal, atuando de modo implícito e eficaz na formação da autopercepção por meio de seus personagens que inspiram os indivíduos a buscarem o novo modelo corporal estabelecido socialmente, no caso, o corpo trabalhado em academia, o que gera angústia e sofrimento aos que não alcançam tais exigências.