Características clínicas, imunológicas e terapêuticas de idosos vivendo com HIV/AIDS atendidos em um Centro de Referência de Campo Grande – MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Isabelle Mendes de
Orientador(a): Paniago, Anamaria Mello Miranda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1754
Resumo: Dados atuais sobre a epidemia do HIV/AIDS revelam que o número de idosos infectados pelo vírus tem ampliado significativamente, em virtude da vulnerabilidade física e psicológica, uso de medicamentos para disfunção erétil, o aumento significativo da expectativa de vida dos idosos e a invisibilidade com que é tratada sua exposição ao risco levando ao diagnóstico tardio. Considerando a escassez de estudos na região do Centro-Oeste sobre idosos vivendo com HIV/AIDS, esta pesquisa objetivou descrever as características clínico-epidemiológicas, imunológicas e terapêuticas entre os idosos vivendo com HIV/AIDS atendidos em um centro de referência de Campo Grande - MS no período de 1997 a junho de 2012. Foi realizado um estudo com coleta de dados a partir de registros de prontuários médicos de 57 pacientes HIV/AIDS com 60 anos ou mais atendidos no local e período supracitado. Dados demográficos e informações sobre o tratamento antirretroviral, bem como a resistência, quantificação de carga viral e células TCD4+ e número de internações foram coletadas. Entre os idosos 91,2% possuíam critérios para AIDS. Houve predomínio do sexo masculino (61,4%). Mais da metade dos idosos pertenciam a faixa etária de 60 a 69 anos (70,2%), sendo a média de idade de 66,6±6,6 anos. A categoria de exposição sexual predominante foi a heterossexual (96,0%) e 18,0% (9/50) possuíam cônjuge HIV positivo. Quanto aos hábitos sociais somente um (1,7%) relatou consumo de pasta base, 22 (38,6%) relataram não usar o condom nas relações sexuais. Quanto à contagem de linfócitos TCD4+ a maioria dos idosos apresentou a mediana de 222 células/mm3 e 58,9% dos idosos apresentaram carga viral maior que 10.000 cópias/ml e mediana de 21.000 cópias/ml (1.000-324.525 cópias/ml) na ocasião do diagnóstico. A tuberculose foi a doença oportunista mais prevalente entre os idosos. Quanto às comorbidades e medicamentos de uso contínuo, a hipertensão arterial sistêmica e anti-hipertensivos foram os mais frequentes. A maioria dos pacientes realizaram o tratamento de forma regular (57,9%) e 7,0% abandonaram o tratamento. O tempo médio de diagnóstico registrado foi de 6,5 ± 5,0 anos, e tempo de exposição aos antirretrovirais 5,2 ±4,5 anos. Cinco óbitos foram observados, a maioria do sexo masculino (80,0%). Nenhum apresentou menção ao HIV na declaração de óbito. É preocupante o aumento do número de casos de HIV/AIDS na população idosa e estes resultados reforçam a necessidade de maior atenção a este grupo. Ressalta-se a importância do conhecimento deste novo perfil epidemiológico visando ao diagnóstico precoce e diminuição de morbimortalidade entre os idosos vivendo com HIV/AIDS.