Perfil clínico e epidemiológico de indivíduos com 50 anos ou mais com HIV/AIDS acompanhados no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias de um hospital universitário em Niterói, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santana, Pedro Paulo Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/2977
Resumo: A AIDS é um problema de saúde pública mundial. A partir do século XXI, a pandemia da AIDS ganhou visibilidade com novos sujeitos de estudo-os indivíduos com 50 anos ou mais. A necessidade de estudos com esses sujeitos envolve a melhoria da qualidade de vida, aumento da sobrevida pelo sucesso com os antirretrovirais e eficácia de estratégias para enfrentamento de impotência sexual. A partir disso, têm-se como objetivos deste estudo caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos indivíduos com 50 anos ou mais com HIV/AIDS que fizeram acompanhamento no ambulatório do serviço de doenças infecciosas e parasitárias do HU no recorte temporal de 2009 a 2014; verificar a ocorrência de episódios de internação desses indivíduos com 50 anos ou mais; avaliar o perfil de internação dos indivíduos com 50 anos ou mais que internaram no transcurso da doença; comparar as variáveis do estudo entre os sexos. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, inferencial e seccional a partir dos registros de indivíduos com 50 anos ou mais com HIV/AIDS acompanhados no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias de um hospital universitário no município de Niterói. Os resultados do estudo apontaram uma expressa proximidade entre o número de homens (53%) e mulheres (47%) infectados pelo vírus HIV, acompanhados no ambulatório, o que corrobora com o processo de feminização da epidemia. Houve uma predominância de homens solteiros/separados 40 (74%) e mulheres viúvas 16 (33%) em que observamos diferença estatística significativa (Chi-Quadrado; p =< 0.0001) onde muitas dessas mulheres foram contaminadas por relação heterossexual. Na opção sexual dos indivíduos com 50 anos ou mais, foi observada a prevalência de heterossexuais e homossexuais masculinos e nas mulheres a heterossexualidade, confirmando a transmissão por relação sexual heterossexual (Chi-Quadrado; p =< 0.0001). Em referência aos casos de HIV na família, houve diferença significativa entre os sexos (Chi-Quadrado; p = 0.0184), pois as mulheres apresentaram um número expressivo de maridos/companheiros 17 (35%) infectados. As coinfecções/doenças oportunistas têm sido a causa de internação desses indivíduos com 50 anos ou mais, visto que, muitas vezes, descobrem a soropositividade para o HIV, já manifestando a AIDS. As causas mais prevalentes de internação, no sexo masculino e feminino, foram por pneumocistose, tuberculose pulmonar, neurotoxoplasmose e pneumonia bacteriana. Muitos desses indivíduos descobriram estar com HIV ainda antes dos 60 anos de idade, o que nos leva a uma reflexão de como as pessoas vêm envelhecendo. O envelhecimento populacional é um fato, somado a vulnerabilidade dos indivíduos com 50 anos ou mais a infecções sexualmente transmissíveis, leva ao profissional de saúde a responsabilidade de planejamento de ações que visam à disseminação de informação voltada à educação sexual deste público, pois estão sexualmente ativos e necessitam postularem-se preventivamente para redução de infecções e transmissibilidade. A terapia antirretroviral para manutenção da saúde desses indivíduos e redução dos episódios de internação é de suma importância, porque a mudança de esquema e a não adesão podem levar ao acometimento por doenças oportunistas e consequentes internações, quando não, a um prognóstico ruim